Conforme haviamos prometido, respondemos ao apelo do Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Mondim de Basto, Fernando Gomes, por quem nutrimos estima e grande admiração por ser um "Naturalista Mondinense" e concretamente o "Grande Dinamizador" do Pedestrianismo nesta maravilhosa terra que adoramos, estivemos presentes na Manifestação contra a construção de mais Barragens ao longo da Bacia Hidrográfica do Rio Tâmega, no caso especial da "Barragem do Fridão" que iria afectar negativamente (e de que maneira!) a região de Mondim de Basto, solidarizando-nos assim à defesa desta causa.
«Barragem do Fridão, Não!»
A concentração de algumas centenas (quatro?) de manifestantes Activistas/Naturalistas, demonstrando as razões porque se opôem à construção de mais cinco barragens no Rio Tâmega, teve lugar junto ao núcleo arquitectónico da Ponte e Mosteiro de S. Gonçalo, da bela Vila de Amarante. Com um dia tão lindo, confesso que esperava ver mais gente presente, nomeadamente fregueses de Mondim de Basto mas, tal não aconteceu, o que deixa pena. Identificados e presentes pela luta desta causa, estavam Partidos que se reprentam na Assembleia da República, como o Bloco de Esquerda e os Verdes. Vários "Movimentos" compareceram, entre eles o GAIA, o Movimento Cívico pela Linha do Tua, Campo Aberto, Geota, SOS Paiva, Salvar o Tua e com natural destaque para a QUERCUS. Foi-me dito não estarem presentes quase nenhums autarcas, salvo o nosso amigo Fernando Gomes, da Freguesia de Mondim, bem como os presidentes de Junta de São Gonçalo e de Cepelos. Parece que a maioria dos políticos da região se alheou do problema. Se estão no cargo para defender da melhor forma o que é melhor para as populações que os elegeram, como é possivel baixar os braços e estender a toalha ao chão tão cedo? "Tem de vir gente doutras regiões defender os interesses dos de cá!-ouvimos dizer. É lamentável!"
Mereceu-nos algum destaque as intervenções do Professor Emanuel Queiróz, do «Movimento Cidadania e Desenvolvimento do Tâmega» que afirmou que "Esta Manifestação é a Voz do Tâmega!" e das gentes não consultadas e desconsideradas pelo Governo que quer "vender" um dos seus principais recursos naturais, o Rio Tâmega, desfragmentando o seu natural curso em 6 albufeiras. Este programa, disse, é "contra-natura" e só vai sacrificar as populações e empresas produtoras de "energia com propostas alternativas" que trariam para a região um desenvolvimento construtivo e sustentável.
Prestamos a devida atenção à "fascinante" intervenção do jovem Ricardo Marques, da Quercus, ao afirmar que as barragens previstas irão produzir apenas 1,6 % da energia do país e reduzir só 0,25% das importações de petróleo, não tendo inclusivé algum impacto relevante ao nível das emissões poluentes. O activista e ambientalista fez ver aos presentes que, ser forem avante, as barragens não vão gerar emprego com futuro, mas sim, "prejuízos enormes" para além duma destruição ambiental jamais reparável. Serão milhares os hectares de reservas agrícolas de actual produção significativa, como a vinha, bem como toda a "Biodiversidade" do rio e ao redor das margens que vai ficar submersa. Com os "lagos artificiais" represados ao longo do Vale do Tâmega, a qualidade da água vai deteriorar-se considerávelmente, o ecossistema piscícola será adulterado e (estremecemos por momentos!) o Lobo Ibérico, que ainda vagueia pelo Parque Natural do Alvão, deixará de poder deslocar-se para a vertente sul do Tâmega.
Como me emocionas-te, Ricardo!
Prestava atenção aos cartazes afixados e dependurados para o rio e algumas mensagens eram arrepiantes para a minha sensibilidade.
Mas, deixei propositadamente para o fim a acção de luta dos «Verdes» Partido Ecológico, que têm vindo pelo país numa campanha de luta e sensibilização pelas causas de defesa do Ambiente, juntando-se a outros Movimentos, Associações, Entidades e Cidadãos comuns, na manifestação contra o Programa Nacional de Barragens. Para além da sua participação nesta manifestação contra a construção da "Barragem do Fridão", os cinquenta Activistas/Naturalistas no final deslocaram-se no autocarro que os transportou já desde Lisboa e foram a Mondim de Basto verificar com os próprios olhos toda uma região envolvente à bacia dos Rios Tâmega, Cabril e Olo que irá ficar submersa, analisando bem as causas negativas patrimoniais, paisagísticas e sociais que se irão repercutir na vida das pessoas. Foram guiados pelo Sr. Presidente da Junta de Freguesia, Fernando Gomes e pelo elemento da Assembleia da Freguesia e Historiador, Sr. João Alarcão, um conhecedor profundo de património edificado em Portugal e no Mundo.
Nós também os acompanhamos e queremos deixar aqui este importante registo.
Bem Hajam!
Continua...
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