sábado, 29 de dezembro de 2012

Dentro dos possíveis, FELIZ 2013 PARA TODOS !



CARTA ABERTA 

Ninguém me encomendou o sermão, mas precisava de desabafar publicamente. 
Não posso mais com tanta lição de economia, tanta megalomania, tão curta visão do que fomos, podemos e devemos ser ainda, e tanta subserviência às mãos de uma Europa sem valores (...). 

Miguel Torga  (Diário XVI)


Aquele Abraço

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Antologia Literária Natalícia (Presépios)





Com ou sem presépio, desejo a TODOS um SANTO E FELIZ NATAL 

Aquele Abraço

Antologia Literária Natalícia (Natal dos Pobres)


NATAL DOS POBRES 

Natal... 
Está um dia fosco de neblina incerta e tristeza. Para lá as árvores despidas não bolem. A vida parou. As nuvens andam a esta hora a rastro pelas encostas pedregosas dos montes. Não se ouve um grito. Tudo na Natureza se concentrou e sonha. Há, no entanto, um grande rio revolto, que nunca cessa de correr... 
Longe, pelos caminhos, através de pinheirais cismáticos e caiados, vão velhinhas tristes, de saia pelos ombros, para consoar nessa noite com os filhos. Andam, trôpegas, léguas e léguas. As suas mãos calosas, as caras enrugadas, onde as lágrimas abriram sulcos, os olhos tristes, contam o que elas têm passado na vida – dias sem pão, suor de aflições, desamparos, maus tratos... 
Os cavadores deixaram os arados mortos nos campos, que a chuva alaga. Que tudo repouse! O vinho de hoje conforta, como as lágrimas choradas pelas nossas desgraças; o lume de hoje aquece, como o amor das nossas mães. 
Nos soutos, sob a chuva que cai mansa e contínua, andam pobres que não têm lenha a arrancar uma raiz esquecida, para se aquecerem. Deus os tenha na sua mão de Pai! Partem, chegam, vêm muito longe, para verem os seus meninos, matando saudades. Quase não comem e sustentam filhos, sustentam netos. Os velhos, que têm atrás de si uma vida de martírio e fomes, dizem: 
- É hoje o maior dia do ano... 
Na lareira arde um canhoto. Cai o nevão. A cozinha é negra, de telha vã; é negro e frio, mas as almas sentem-se agasalhadas. Por um buraco avistam-se as estrelas e uma pedra serve de lar. Ao estalido das pinhas, abafadas na cinza, repartem um pão que é suor do seu rosto, bebem o vinho aquecido em árvores, que as suas mãos cortaram. 
Sentados ao lume, não fala. As brasas vão se extinguido como um poente, ou como uma alma que vai deixar-nos. A morte passa. No buraco do telhado a estrela reluz, o nevão cai como um ruído das flores desfolhadas, e cada uma sisma em alguma coisa de indeterminado e vago, de longínquo: em certa hora da vida, na mãe, num filho ausente, naquela morta que passou seus dias a sacrificar-se por nós... 
- O lume apaga-se... 
- Deita-lhe canhotos. 
O lume apaga-se e as sombras da noite, em revoadas, vêm escutar-nos atentas. 
Os pobres são como os rios. Estancam a sede da Terra, fazem inchar as raízes e crescer as árvores; acarretam; moem o pão nos moinhos. Ei-la, a vida da Terra. Todas as catedrais se construíram da sua dor; sem eles a vida pararia. 


NATAL DOS POBRES! NATAL DOS POBRES!... 

Porque é que criaturas misérrimas encontram ainda na sua gélida nudez horas para recordar e amar? Pobres, repartem o seu pão; espezinhados, dão-nos das suas lágrimas! 
Vinho quente! Vinho quente e amargo, que sabe a aflição! 
Chegam-se uns aos outros, para se aquecerem. 
Nas enfermarias, nos sítios onde se sofre, os míseros e os doentes quedam-se muito tempo a cismar. Os pobres pensam que existem seres ainda mais pobres, lares desamparados, onde nem o lume se acende. Cuidam numa velhinha, que a essa mesma hora, cisma, abandonada e sozinha, ao pé de brasas extintas, no filho doente, no filho ausente... Há cabanas nuas, lares rotos, almas mais gélidas que o nevão. 
As lágrimas que se choram e se não vêem são as melhores: caem sobre a alma! 

“Os Pobres” de
Raul Brandão



Leio o teu nome 
Na página da noite:
Menino Deus...
E fico a meditar
No milagre dobrado
De ser Deus e menino.
Em Deus não acredito.
Mas de ti como posso duvidar?
Todos os dias nascem
Meninos pobres em currais de gado.
Crianças que são ânsias alargadas
De horizontes pequenos,
Humanas alvoradas...
A divindade é o menos.

(S. Martinho de Anta, 24 de Dezembro de 1966) 
Miguel Torga

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

ORNISHOW 2012 – Exposição de Aves Domésticas (1)


O Clube Ornitológico de Gondomar numa organização conjunta com o Centro Ornitológico do Porto e o Clube Independente Ornitológico de Matosinhos levaram a cabo a organização de mais um evento “ORNISHOW” Internacional do Douro 2012, pelo quinto ano consecutivo e com performances de âmbito Internacional.


A organização voltou a proporcionar a todos os criadores e visitantes um agradável espaço de acolhimento, de informação e venda de produtos de manutenção e alimentação das aves.
A exposição decorreu no Pavilhão Multiusos de Gondomar, de 09 a 11 de Novembro, com entrada simbólica de 1 euro, ficando os visitantes habilitados a um caseiro "pica-no-chão".
O feliz contemplado coube ao portador da senha nº 629 (informação do Nelo Paulista). 
Parabéns aos criadores campeões e aos outros intervenientes um Bem Haja pela participação.
A todos o nosso obrigado pela dedicação e proteção às aves de companhia, que ao longo do ano lhes proporcionam raros momentos de laser e anti-stress, misturados com muito trabalho e Amor a estes maravilhosos seres, alguns já raros ou mesmo extintos da Natureza.
Que este evento turístico, cultural e criativo, proporcional à realização em parceria de clubes, para o ano se volte a repetir com idêntico sucesso.

Continua...

ORNISHOW 2012 – Exposição de Aves Domésticas (2)


Para todos os “Ornitófilos” e amantes das aves de companhia aqui deixo alguns calorosos momentos fotográficos.

































Aquele Abraço!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

19 de Novembro - Dia Internacional do Homem



«O HOMEM NÃO É UMA INUTILIDADE 
NUM MUNDO FEITO,
MAS O OBREIRO DUM MUNDO A FAZER!»

Estas palavras filosóficas e célebres do ilustre pensador português Leonardo Coimbra, seriam a forma literária mais indicada para pronunciar e assinalar este dia que pressupõe evidenciar o homem no Mundo.


Infelizmente para mim e para milhares de homens, ecoam no nosso pensamento e repercutem nos ouvidos de tantos desafortunados outras palavras menos pedagógicas e doutrinais, não tão lidas e pronunciadas nas assembleias sociais e políticas, mas que a realidade nua e crua trouxe às vidas sem sorte e servem como desabafo à espera da queda inevitável do precipício!

«UM HOMEM DESEJOSO DE TRABALHAR
E QUE NÃO CONSEGUE ENCONTRAR TRABALHO,
TALVEZ SEJA O ESPETÁCULO MAIS TRISTE
QUE A DESIGUALDADE OSTENTA 
AO CIMO DA TERRA!»

(Thomas Carlyle / 1795-1881 / Ensaísta)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

10000 Crianças passam fome em Portugal (A)

Mais de 10000 Crianças passam fome em Portugal!


Talvez a coisa mais triste 
Que senti na minha vida
Foi ver que em Portugal existe
Fome! E a Esperança perdida!...
 



QUE A NINGUÉM FALTE O PÃO! 
Em pleno século XXI são cada vez mais assustadoras estas tristes notícias que diariamente a comunicação social e o próprio governo nos “bombardeiam”, nomeadamente a fome que se alastra e a perda de habitação, com as terríveis consequências para quem é atingido, bem como a repercussão na própria sociedade. 
Esta fanática política de austeridade que gera o desemprego e o galopante aumento do custo de vida que atinge quase todos, levaram a miséria a muitos lares que eram felizes e que hoje lhes falta praticamente tudo! 
Em muitas casas – milhares, meu Deus! – há irmãos nossos que já nem sequer têm uma sopa e uma fatia do “pão nosso de cada dia” para comerem e darem aos filhos, pão que a ninguém devia faltar. 
Tanta miséria declarada e outra tanta escondida, a viverem sem rendimento algum ou parcos euros de rendimento de subsistência, as pessoas socorrem-se nas famílias ou nos amigos – se os tiverem – indo em última instancia às instituições de solidariedade social. 


Para além das soluções – urgentes!! – de concertação social que todos ansiamos e aguardamos que governo e “troikas” tragam aos Portugueses, sabemos todos que há muitos ricos, muita gente que vive sem problemas de ordem material e não sabem o que é “fome” ou “despejo” de sua casa. 
Julgo que esses – geralmente empresários - deviam, nestes momentos tão críticos que Portugal atravessa, ajudar mais – há tanta forma de o fazer! – aqueles que neste momento lutam diariamente para ter que comer para si e para os seus e sobretudo não termos de ver tantas crianças – o futuro do nosso País! – serem mal alimentadas ou passarem mesmo o dia apenas com a refeição que usufruem nas escolas, fruto das desgraças a que tantos lares chegaram e infelizmente muitos já se desfizeram e separaram pais de filhos!

Continua...

10000 Crianças passam fome em Portugal (B)


PENSAMENTOS DE PORTUGUESES SÁBIOS
(Ecos do passado para refeletir) 


«Por cada homem rico que ambiciona ter espírito, há pelo menos um homem de espírito que desejaria ser rico. Parece que as duas qualidades se repelem, sendo apenas consentida uma das duas prendas; ou ser rico, ou ter espírito. Donde se conclui que nem todos os pobres de espírito merecem lástima, pois lhes cabem importantes compensações.»

Pensamento de Samuel Maia 

«Poderosos, ricos, remediados, todos quantos tendes bens temporais ou intelectuais, reparti com os necessitados dessa riqueza que a fortuna, sempre cega e inconstante despejou, por mero acaso, no vosso celeiro. Pregai e praticai esta doutrina, pois nela assenta a solução do problema concernente às desigualdades sociais, origem de todas as perturbações que convulsionam a humanidade; a vossa própria conservação e o prémio eterno para os crentes. 
Beneficiados, sede gratos aos favores recebidos.»

Pensamento de Francisco Manuel Alves
(Abade de Baçal – Bragança) 

«A caridade é sempre benéfica, é sempre boa. Ela brota pujante do coração compassivo dos homens: mas uns, dão do seu: o dinheiro, as riquezas;
Outros, nada mais possuindo, dão o seu: a sua saúde, o seu trabalho, a sua vida.
Tudo em prol dos necessitados, desfavorecidos, verdadeiros pobres.»

Pensamento de Padre Francisco Maria da Silva

«Poupar no comer, poupar no vestir, poupar no zarcão! De tal maneira o mundo se diverte e com tamanho estrondo se pinta, que as famílias pobres estremecem em suas casas e sentem a vida a cair aos pouquinhos, abalada com tanto barulho.
Mais respeito pelos sem-pão!»

Pensamento de Padre Américo Monteiro de Aguiar


Que Deus, Nosso Senhor, nos ajude a todos!
Sigamos o exemplo de S. Francisco de Assis! 
Amen.

Continua...

10000 Crianças passam fome em Portugal (C)

APELO SOLIDÁRIO... COM SENSIBILIZAÇÃO POÉTICA

Fiz uma recolha literária e deixo aqui O APELO em forma poética que ao longo de décadas alguns autores eternizaram no papel e apelaram ao coração das gentes guerreiras e solidárias, para que deiam o que poderem e que não lhes faça falta a quem conheçam e estejam a necessitar, ou então deiam nas campanhas de recolha de alimentos e bens, que decorrem ao longo do ano pelas instituições autorizadas e credíveis com o fim de ajudarem e salvar do infortúnio milhares de cidadãos que perderam tudo! 

Dai !...




APELO ESPECIAL... AOS RICOS

Vocês que podem mais, POR FAVOR deiam mais! 
Deiam a quem não tem que comer! 
Não expulsem as pessoas das casas enquanto estas não tiverem como pagar! 
Empreguem mais pessoas nas vossas empresas! 
Olhai que se “isto” for à bancarrota, também vós ficais sem nada! 
Ajudai! 
...E cá no fundo do coração pressinto que Deus também vos ajudará ainda mais!

Há tantos pobres no Porto!



A Vida passa, mas a "Poesia" permanece eterna para sempre!



quarta-feira, 7 de novembro de 2012