quarta-feira, 26 de setembro de 2012

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Luís Goes faleceu

Luís Goes, grande poeta, compositor e interprete, talvez a maior referência do "Fado/Canção" de Coimbra, deixou este conturbado mundo.
Possuía uma voz arrepiante, melancólica e suave, ardente, que por vezes deixava comovidas as pessoas ao escutá-lo. Foi o grande «Mestre» que influenciou figuras marcantes da música portuguesa, como Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira, entre outros.

Nesta minha singela homenagem de pesar, deixo um poema "arrepiante" seu, «Quando eu morrer» que já declamei baixinho junto à campa da minha mãe.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

15-09-2012 ... e estas palavras de Miguel Torga


DA AGRESSÃO CÍVICA

É um fenómeno curioso: o país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto.
Falta-lhe o romantismo cívico da agressão.
Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados.


Miguel Torga, Diário IX
Escrito em Chaves - 17 de Setembro 1961




segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Provérbios de Salomão

Das centenas ou milhares de provérbios, que também chamaria por "Ditados Sábios para o Mundo", atribuídos ao rei Salomão, filho de David, rei de Israel, há muito que me impressionam estes que abaixo descrevo e recolhidos pelo grande poeta João de Deus, numa forma poética e admirável de fazer entender estas lições da Vida e que nos surgem no dia a dia, quiçá a todos nós.



VI, 6, 78

Vai, ocioso, à formiga,
Que te diga
Como deves proceder:
Que, a essa pergunta,
Te ela há-de dizer
(E atende, confia
Que é sábia lei):
"Como quem no estio ajunta
O que de Inverno há mister,
Sem mestre nem guia,
Nem chefe, nem rei". 

X, 25

O ímpio, pode dizer-se,
Passa como a tempestade;
O justo é um alicerce,
Eterno como a verdade.

XI, 24

Uns, dando, mais enriquecem,
Outros, roubando, empobrecem.

XII, 16

O insensato dá-lhe logo a fúria;
Quem é prudente dissimula a injúria.

XIV, 27

É o temor de Deus fonte de Vida:
Quem não tomar esse norte
Vai no caminho da morte,
É uma alma perdida!

XX, 17

Quem o pão da mentira saboreia,
Depois a boca sabe-lhe a areia.

XXV, 11

A palavra a propósito e sensata
É pomo de oiro marchetado a prata.

XXVII, 6

Antes a chaga feita 
Por amor
Que a desfeita
De um ósculo traidor!

XXVII, 10

Mais vale o vizinho à mão
Do que longe o nosso irmão!

XXVIII, 1

Um dia o soberbo cai
E o humilde sobressai!

XXX, 11

Busca a mulher de juízo,
Que é onde está o segrêdo
De tornar este degrêdo
Um paraíso!

Recolha Literária: "Campo de Flores" - João de Deus