terça-feira, 26 de junho de 2012

Ditados Populares - JUNHO


- Em Junho, foucinha em punho!
- Maio pardo, Junho claro, faz o lavrador honrado.
- Feno ao alto ou baixo, em Junho é segado.
- Junho calmoso, ano formoso.
- Junho floreiro, paraíso verdadeiro.
- Dia de S. Barnabé, seca-se a palha pelo pé.
- Água pelo S. João, tira azeite e vinho, e não dá pão.
- Água pelo S. João, tolhe o vinho e não dá pão.
- A chuva de S. João, bebe o vinho e come o pão.
- A chuva de S. João, molha o alho e anuncia o Verão.
- A sardinha no S. João, pinga e unta o pão.
- Os ouriços no S. João são do tamanho dum botão.
- Lavra pelo S. João, se queres haver pão.
- Ande por onde andar o Verão, há-de vir pelo S. João.
- Verão fresco e inverno chuvoso, dão Estio perigoso.
- No Verão taberneira, no Inverno padeira.
- A vaca do vilão, se no Inverno dá leite, melhor dará no Verão.
- Uma andorinha não faz o Verão.
- Nem no Natal sem capa, nem no S. João sem cabaça.
- O menino e o bezerrinho, no Verão hão frio.
- Santo António e S. João passado, tanto manda o amo como o criado.
- Dia de S. Pedro, vê teu olivedo; e se vires um grão, espera por cento.
- Dia de S. Pedro, tapa rego.
- Até ao S. Pedro, há o vinho medo.
- Se queres um bom melão, semeia-o pelo S. João.
- Junho quente, Junho ardente.
- Chuva de Junho, peçonha do mundo.
- Chuva junhal, fome geral.
- O milho pelo S. João deve cobrir um cão.
- Em Junho se não descansa, enche a bolsa e farta a pança!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Noite de S. João (versos)


Meia noite já é dada,
S. João, meu S. João,
Nesta noite abençoada
Ouvi a minha oração.

Ouvi-me, santo bendito,
Ouvi a minha oração,
Ser eu moira nascida
E vós um santo cristão.

Que eu já deixei a "Mafoma"
E a sua lei do Alcorão,
E só quero a vós, meu santo,
Santo do meu Dom João.

Como eu queimo esta alcachofra
Na vossa fogueira benta,
Amor queime a saudade
Que no peito me rebenta.

Como arde esta alcachofra
Em vossa fogueira benta,
Assim arda a negra barba
Do moiro que me atormenta.

Como esta fogueira abrasa
A minha alcachofra benta,
Ao meu cavaleiro abrase
A chama de amor violenta.

Sacudi do alto do céu
Vossa capela de flores,
Que neste ramo queimado
Renasçam por meus amores.

Orvalhadas milagrosas
Que saram tamanhas dores,
Neste coração, meu santo,
Acalmem os meus ardores.

S. João, meu S. João,
Santo de tantos primores
Nesta noite abençoada
Oh! Trazei-me os meus amores!

Já se apagava a fogueira,
Já se acabava a oração,
Ainda está de joelhos
A moira no seu balcão.

Os olhos tinha alongados,
Batia-lhe o coração:
Muita fé tem aquela alma,
Grande é sua devoção!

Ouvi-a o santo bendito:
Que, por sua intercessão,
Daquele êxtase acordava
Nos braços de Dom João.

Recolha Literária  
Romanceiro - Almeida Garrett




E como neste dia a sardinha está cara, deixo esta quadra para... partilharmos com os mais carentes:







PARA TODOS UM BOM S. JOÃO

domingo, 10 de junho de 2012

Ainda assim...porque amas Portugal?


Eu amo Portugal, porque tenho, como milhões, o sangue sofrível que me corre nas veias, inolvidável desterrado português;
Porque é portuguesa a terra onde estão sepultados aqueles admiráveis mortos, que lutaram e construíram esta Nação, cuja memória é sagrada para mim;
Porque a terra onde nasci, a língua que falo, os livros que me instruíram e educaram, ainda os irmãos,os companheiros, o grande Povo no meio do qual vivo, a natureza bela e admirável que em parte me cerca, e tudo aquilo, que enfim vejo, admiro e por vezes partilho, é Português!
Ainda assim, eu amo e gosto de Portugal, minha nação que não tem culpa de ser comandada desmesuradamente, com governos antinómicos e quase sempre a... desservir. 
Como esta minha Pátria sofre com as desgraças humanas! 
Eu amo Portugal porque ainda tenho coração, a sangrar, mas tenho! 
Ainda tenho!
Neste outrora "dia da raça", a Raça Portuguesa, quero, para além de Camões, refletir igualmente nas palavras de Sidónio Pais: 

«Eu não vivo no Portugal de hoje, vivo no Portugal de ontem para o Portugal de amanhã!»






LUSÍADAS - Canto I / VI


" E vós, ó bem nascida segurança
Da Lusitana antiga Liberdade,
E não menos certíssima esperança
De aumento da pequena Christandade;
Vós, ó novo temor da Maura lança,
Maravilha fatal da nossa idade,
Dada ao Mundo por Deus, que todo O mande,
Para do Mundo a Deus dar parte grande!"


( Não faltarão Cristãos atrevimentos nesta pequena casa lusitana! )


Luís Vaz de Camões