domingo, 29 de maio de 2016

Maio - mês do coração... o que vê ele?


OS OLHOS SÃO O ESPELHO DO CORAÇÃO




«Há alguns anos atrás houve um pintor, que embora criasse uma obra diversificada e de rara beleza, por vários motivos vacilou e deixou de conseguir vender os seus quadros, ficando reduzido à mais extrema miséria. Vinha, dia após dia, morrendo lentamente de fome. Em terrível pobreza envergonhada lutou heróica e silenciosamente com os meios ao seu alcance, mas passou a não poder suportar mais os seus sofrimentos, sob pena de perecer.
Resolveu, então, mendigar.
E um dia, há hora em que almoça toda a gente que está bem na vida, fixou-se à porta dum restaurante caro. A dada altura, pára um automóvel. O motorista abre a porta e sái um homem com aspeto (como disse um dia Eça de Queirós) de quem "sofre de fartura".




- Uma esmola, pelo amor de Deus! Há dois dias, meu senhor, que não sei o que é comer!
-Conheço essa história - responde o homem rico.
- Vocês são todos uns intrujões. Isso de não comer há dois dias, não colhe. Mas, vou proporcionar-te um meio de ganhares, rapidamente, vinte euros. Aqui, aonde me vês, tenho um olho de vidro. Se fores capaz de adivinhar qual é o artificial, dou-te essa importância.
O pobre pedinte, já bastante desfigurado e cambaleando de joelhos, ergue a cabeça, olha o seu interlocutor de frente e sem hesitar responde prontamente:
- O olho de vidro é o direito.
- Acertáste! Aqui tens os vinte euros. És o primeiro que tão rapidamente adivinha. Já fiz esta experiência com vários amigos mas ninguém foi tão rápido e certo na resposta como tu. Como é que se explica isso?
- Facilmente. Foi no seu olho direito que o meu coração surpreendeu um vislumbre de piedade. Para meu próprio bem, não podia falhar - respondeu o pobre.
E estendeu a mão a receber os vinte euros.»


Moral desta história:

Já muitos de nós ouvimos contar por muitos autores e das mais variadas formas ao longo de gerações, uma história igual ou parecida. Hoje, esta enquadra-se perfeitamente à época atual de decantada crise.
Muita gente desconhece que em certas profissões especificas da mais diversa arte, que nos oferecem aquilo que mais se aproxima do que é natural, também há crise de sobrevivência, também se cai ao fundo do poço, também se morre de fome. 
Por outro lado, mesmo em tempo de crise, tecnologicamente fabrica-se cada vez mais de tudo e cada vez ao mais alto nível, que por vezes se atinge tal perfeição que é quase impossível distinguir o natural do artificial.
Então, para lutarmos cada vez mais no caminho do "equilíbrio" social da humanidade, na minha perspetiva devem os menos infelizes ter sempre nos seus olhos, ou melhor - no coração - um olhar de piedade para com os mais desventurados.
Recordo-vos que até o mundialmente famoso fotógrafo KORDA, disse uma vez, para justificar o êxito da sua qualidade, que lhe trouxe tanta fama:
- Só disparo a objetiva, quando vejo com o coração, porque o essencial é invisível aos meus olhos!




Aquele Abraço

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Corpus Christi...


…significa Corpo de Cristo. É uma festa religiosa da Igreja Católica que tem por objetivo celebrar o Mistério da Eucaristia” ou seja, o sacramento do corpo e do sangue de Jesus Cristo.
A festa de Corpus Christi acontece aos 60 dias depois do Domingo de Páscoa ou na Quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, lembrando a todos que acreditam, a Quinta-feira Santa quando Jesus nos revelou o “Sacramento da Eucaristia".




Rabbi (como pregava)

Tomai pão: - recebeis a carne minha.
Tomai vinho: - é meu sangue da Paixão.
A hora misteriosa se avizinha.
As letras dos Rabbis não falam vão!

«JESUS DE NAZARÉ, REI DOS JUDEUS»

O Rabbi com seus tristes olhos sérios,
Pelos montes, pelos rios, pelas searas,
Vai andando e pregando ideais mistérios,
Novos céus, novas leis místicas e raras.

E assim prega o Rabbi: - Andai no mundo
Sem alforge, sandálias, nem bordão.
Pregai e consolai. Limpai o imundo!
E dai a própria capa ao vosso irmão.

Do valor próprio não façais alardes!
Saudai o vosso hóspede primeiro.
Sede entre lobos cândido cordeiro.
Não temais que vos mofem por cobardes.

E Rabbi fala e diz: - Andai de rojo,
servindo o cego, o inválido, o indigente.
Tornai-vos mais rasteiros do que o tojo.
Lavai, como eu, os pés a toda a gente.

Se alguém vos baterem numa face,
Estendei logo a outra após também.
Porque antes que este mundo, ou o céu passe,
Do bando meu não passará ninguém!

Não ameis tudo que fulgura e brilha.
Se acaso um inimigo pelas ruas
Vos force a andar com ele quase a milha:
Ide ! - e caminhai com ele as duas.

Dai aos órfãos e aos pobres que não têm
Os grãos da vossa eira, ou da colheita. 
Que a vossa esquerda nunca saiba o bem
Que praticou a vossa mão direita!

Não vos cansem receios ou estorvos,
Cuidados do alimento ou do trajar,
- Nunca aprenderam a ceifar os corvos!
Não sabem tecer lírios nem fiar.

Contudo, em sua tépida estação,
Ninguém tem um vestido como o lírio!
Nem Mago, nem Tetrarcha, ou Rei Assyrio,
Nem mesmo em sua glória, Salomão.

Aferrolhai tesouros só de Graça
Celeste nas divinas regiões,
Pois, na terra, no escuro, vem a traça,
E de noite vem os furtos dos ladrões.

Em meu nome e meu Verbo, largareis
Vosso lar, vossos Pais, as vossas Mães.
- Pérola a cerdos vis nunca deiteis!
- Nunca o que é Santo profaneis aos cães!




Se pleito litigardes, ou questão
Com vosso irmão, e fordes para orar,
Deixai a vossa oferta ao pé do altar,
E correi a abraçar o vosso irmão!

Se em qualquer terra, sem mostrarem dó
De vós, vos molestarem os ingratos,
Fugi dela! Deixai-a! E dos sapatos
Sacudi, maldizendo-a, à porta, o pó!

Mas ah! Tristes das terras, das cidades!
Mais lhes valera terem, digo eu,
De Sodoma e Gomorrha as impiedades,
E sobre elas chover fogo do Céu!

E assim prega o Rabbi - eis cai-lhe aos pés
Um certo homem da tribo de Levi,
E brada-lhe: - Conheço quem tu és!...
Irei contigo, e com os teus, Rabbi!

Mas o Rabbi: - As feras e as raposas
Acham covas na terra onde habitar.
Têm seus ninhos, também, aves gloriosas!
- Mas eu não tenho pedra, leito ou lar!

Outro lhe diz: - Ó Mestre se te apraz
Deixa, primeiro, que eu abrace os meus.
Mas Ele: - Nunca chega a ver os céus
Quem mete a mão no arado e olha atrás! 

Assim segue o Rabbi, sempre entre os seus
Discípulos e Apóstolos da Fé,
Sem saco, alforge, sem bordão, a pé,
Dizendo coisas místicas dos Céus.

Porém, na sombra, em baixo os vãos doutores
Ladram aos seus com ira: - Anda a agitar
Os escravos, a plebe, os pescadores,
Deve-o Roma, sem falta, condenar!

Outros dizem: - Recruta Publicanos
Imundos, e leprosos, não vês tu?
E os Anciãos, com risos e tiranos
Dizem aos Phariseus: - Tem Belzebuth !

Mas o Rabbi, nas altas penedias,
Em pé, dos céus olhando as multidões,
Estático, medita em Theogonias,
Mistérios, Liturgias, Religiões...

Versos de Gomes Leal
(História de Jesus)


Aquele Abraço













terça-feira, 17 de maio de 2016

17-05-2015 e 23-06-1904 ... que houve de coincidência?




Recordam-se deste episódio do ano passado?

(...) 17 de Maio de 2015, o subcomissário Filipe Silva foi registado a agredir um adepto de futebol, que estava acompanhado de dois filhos mais o avô, no exterior do estádio do Vitória de Guimarães no dia em que o Benfica se sagrou campeão nacional 2014/2015. A PSP atacou de forma bárbara uma família de adeptos benfiquistas, após o jogo deste domingo, junto ao estádio do Vitória de Guimarães. Um homem foi espancado em frente aos dois filhos menores – crianças que ainda tiveram de ver o avô a ser também agredido. A situação começou quando uma das crianças se sentiu indisposta na multidão e a família terá tido dificuldades em retirá-la do local. Numa altura em que o menino já estava a beber água, o pai e um agente da PSP de Guimarães iniciaram discussão. Desconhece-se o que o homem terá dito, mas foi espancado pelo polícia, que nos movimentos ainda atinge a criança – o avô dos meninos foi em socorro e acabou também agredido. Mais polícias se aproximaram e o pai – que foi detido – levou mais bastonadas… 

E em 23 de Junho de 1904? O que aconteceu de semelhante?

102 anos depois, Filipe e  Anes, dois chefes de polícia, ficam marcados por agirem da mesma forma contra a população! 

Quem era e o que fez o Chefe da Polícia Anes contra os admiradores… dum vulto da literatura portuguesa, apenas porque o foram esperar à chegada do comboio, em S. Bento, no Porto?
E, tal como no caso mais recente, a imprensa fez o seu papel, relatando o acontecimento…
E de que maneira o descreveu!

Queres ler?





A Escola Portuguesa

(alguns versos)

Por Abílio de Guerra Junqueiro

Como querem que despontem
Os frutos na escola aldeã,
Se o nome do mestre é — Ontem
E o do discípulo — Amanhã!

Barbaridade irrisória,
Estúpido despotismo!
Meter uma palmatória
Nas mãos dum anacronismo!

A palmatória, o açoite,
A estupidez decretada!
A lei incumbindo a Noite
Da educação da Alvorada.

Gravai na vossa lembrança
E meditai com horror,
Que o homem sai da criança
Como o fruto sai da flor.

Da pequenina semente,
Que a escola régia destrói,
Pode fazer-se igualmente
Ou o assassino ou o herói. 


Aquele Abraço




domingo, 15 de maio de 2016

Parabéns, MARA




Mara, olha este soneto...

OSCILAÇÕES... MINHAS?!

Quero e não quero. Sempre no meu peito
Este combate, como uma obsessão,
No mesmo ritmo vago e insatisfeito
Anda a marcar a minha hesitação.

Escrava de um anelo incerto e vão,
Só quero o que não tenho e acho imperfeito
O que ao alcance está na minha mão,
Buscando o Mundo e o Mundo achando estreito.

Felizes os que sempre só tiveram
Um grande sonho a que ligar puderam
Todos os frémitos do seu querer.

Nada há que fatigue tanto a gente
Como andar ao acaso da corrente,
Sem saber ao certo o que se quer!

Poema de Oliva Guerra


Hoje, segue o teu caminho e... deixa a música tocar!!!

Beijinho do teu pai



the KING



quarta-feira, 4 de maio de 2016

domingo, 1 de maio de 2016

Não basta ser "Mãe"


(Opinião sensata)

SOFRIMENTO SEM GRANDEZA

Não basta ser mãe, nem sequer sofrer, para reinar no coração dos filhos. Há mães que sofrem e o seu sofrimento não tem grandeza, nem merece ser agradecido. Esse sofrimento sem grandeza é o das mães que recolhem o fruto do abandono na educação dos filhos. Os filhos mal educados são insubordinados, viciosos, escandalizam, desonram a família.
- Como  eu sofro! – diz a mãe.
Sofres agora porque não quiseste sofrer no devido tempo. O teu sofrimento não merece agradecimento nem recompensa.
Sofre a mãe mundana e vaidosa porque as suas filhas são muito boas e frequentam a igreja e ela preferia que fossem antes divertir-se. Vestem modestamente e ela desejaria que vestissem consoante os cânones duma moda escandalosa. Esse sofrimento não merece o prémio de Deus nem o amor agradecido das filhas.
Sofre a mãe orgulhosa porque desejaria que suas filhas frequentassem outros meios de posição mais elevada e não tem dinheiro para as festas nem para vestidos e talvez até se prive do necessário para que elas brilhem. O sofrimento dessa mãe não merece um monumento a perpetuá-lo.
Sofre uma mãe egoísta. Não quer que os filhos casem nem os deixa praticar a religião. Que já não se usa, diz. Quer é que estejam sempre ao seu lado, dando-lhes o sustento e eles mimando-a, embora para isso tenham até de sacrificar o seu futuro e a sua felicidade. Nunca lhes disse que seguissem em frente nas suas próprias vidas, lutando verdadeiramente por ela. O seu sofrimento não merece veneração.
Sofre a mãe comodista porque Deus lhe dá filhos e ela não os quer ter. Está na cruz porque nela a puseram e dela não pode desprender-se. Retorce-se com desespero, esquece-se que muitas querem e não conseguem ser mães e até renega Deus.
Para que o sofrimento de mãe tenha grandeza, é necessário sofrer por motivos elevados e construtivos da humanidade e abraçar o sofrimento com a verdadeira valentia heróica de mãe!
A experiência ensina-nos que os pais são cada vez menos respeitados porque lhes falta a autoridade e as mães são pela mesma razão menos veneradas e menos amadas, porque a elas próprias lhes falta o amor.

Exemplo heróico dum filho

Para agradar a sua mãe, um filho é capaz de fazer o que não faria por nenhum outro motivo.



CORIOLANO

CAIUS MARCIUS CORIOLANUS foi um general e líder no antigo império Romano por altura do século V a.C. Com sobejas provas em conquistas para o engrandecimento do império, mereceram-lhe as mais altas honras da sua pátria. Um dia, porém, sentiu-se ofendido com uma decisão do Senado contra ele, e refugiou-se entre os VOLSCOS, antigo povo itálico de origens indo-europeias, aos quais já ele tinha vencido. Revoltado, assumiu o comando deste exército e marchou sobre Roma. Quando os seus concidadãos souberam, trataram logo de o aplacar por qualquer meio, pois era astuto e poria em perigo o próprio império romano. Durante os dias de cerco e por chantagem, foi-lhe oferecido muitas terras e montões de dinheiro mas ele rechaçou-os sempre com desprezo irónico. Os próprios Senadores foram ao seu encontro a pedir-lhe que poupasse a cidade mas não quis escutá-los sequer. Já em desespero e quase prestes a reconhecer a derrota, montaram uma estratégia, mandando uma embaixada só de mulheres, tendo à frente a sua própria mãe.
Quando Coreolano viu a mãe, dirigiu-se a ela para a abraçar, mas, a mãe ajoelhando-se diante dele, pediu-lhe a salvação de Roma. O filho levantou a mãe do chão e pronunciou as célebres palavras:

- Mãe, salvaste Roma, mas perdeste o teu filho!

Com efeito e naquele momento assim sucedeu. Corelano deu ordem de retirada ao exército, mas os VOLSCOS, prestes a conseguir uma façanha histórica, sentiram-se atraiçoados, e sublevando-se contra ele, esquartejaram-no.

Moral da história:

A mãe reina sobre o coração dos filhos durante a vida e reina perante e depois da sua morte!
   
Recolha Literária

O Nosso Lar / Juan Rey



CURIOSIDADES




A MÃE DE TODOS



Aquele Abraço