domingo, 25 de abril de 2010

COMEMORAÇÃO DO 25 DE ABRIL 2010 (A)

Mondim de Basto

Neste ano que se comemora o 36º Aniversário da “Revolução dos Cravos”, a Junta da Freguesia de Mondim de Basto e o Parque de Campismo realizaram em parceria a 5ª Edição consecutiva dum evento de carácter social e desportivo, para assinalar a conquista da Liberdade e da Democracia em Portugal. Este ano estiveram presentes cerca de 40 Caminheiros, Mondinenses e Turistas com espírito fraternal e desejosos que a Paz, a Amizade e a Justiça sejam o lema do futuro do nosso Portugal.
O início da Caminhada com cerca de 8 km, teve início às 10.00h junto à Praça dos Combatentes, onde no final da actividade desportiva viria a ter lugar uma singela cerimónia, com a colocação de uma corôa de cravos por parte do Sr. Presidente da Junta da Freguesia de Mondim de Basto, Fernando Gomes, em memória dos que lutaram e perderam a vida na Guerra do Ultramar. A Câmara de Mondim também elaborou uma cerimónia, que nos últimos 5 anos me habituei só ver a Junta a fazer.
Saídos da Praça, percorremos algumas artérias da vila e tomamos a direcção de Pedra Vedra, passando pela Capela e a caminhada tomou um "PR"agora sinalizado pela Junta de Mondim do “Trilho de Pedra Vedra”, calcorreando caminhos rurais até ao pequeno ribeiro, seguindo depois em direcção à Lomba, donde tomamos um trilho pela margem esquerda do Rio Tâmega, desfrutando da beleza e dos encantos que esta maravilhosa região oferece. A meio do percurso surgiu a paragem para o “mata-bicho”, com o saboroso café-do-pote mais a jeropiga, acompanhados de bolachas e biscoitos. Continuamos o percurso pelo trilho bem perto da margem, desfrutando deste quadro puro e selvagem, repleto de biodiversidade e ouvindo ainda o som dos rápidos e dos açudes do Tâmega. Enquanto caminhava, reparava nalgum lixo que o Tâmega devolveu às margens e lembrava-me dalgumas palavras de desabafo do Presidente da Freguesia: (...) Revolto-me quando passeio pelas margens do rio ou a praticar canoagem e vejo os plásticos pendurados pelas árvores, pneus e garrafas de plásticos no seu leito, restos de merendas nas margens, açudes destruídos, moinhos em ruínas...
Sinto tristeza por tantas pessoas terem virado as costas ao Rio Tâmega, abandonando-o; “disseram que está poluído, já não é como antigamente, no meu tempo via-se o fundo do poço”. Pois é meus senhores, agora que a tal barragem que se fala há tantos anos e que agora parece ser uma realidade, é que vêm dizer “não à Barragem do Fridão!!!”. Infelizmente só quando sentimos a perda é que nos manifestamos. (...)
Por uma improvisada ponte transpusemos um afluente e aí foram tiradas fotos espectaculares pelos caminheiros.
Depois, surge o “místico” lugar «Salta carneiros» de que nos fala Luís Jales de Oliveira na sua obra literária.
Num ápice chegávamos à Ponte de Mondim, e após reagrupamento nos dirigimos pelo caminho velho novamente até à Praça para a cerimónia da deposição da corôa de cravos.
Terminada a actividade desportiva, era altura de nos juntarmos no Parque de Campismo para o convívio gastronómico e programa de animação musical com karaoke, bem como a atribuição dos prémios por parte da Junta de Mondim às três fotos que para o júri melhor transmitissem a mensagem do Dia da Liberdade e do Rio Tâmega.
Foi um dia bem passado junto da Comunidade Mondinense, festejando este dia histórico para Portugal e agradecemos à Organização por continuar a elaborar estes eventos, proporcionando aos seus Fregueses e aos Turistas belos momentos desportivos e sociais.

Viva a Liberdade! Viva Portugal!

Até à próxima

Continua...

COMEMORAÇÃO DO 25 DE ABRIL 2010 (B)

Mondim de Basto

Montagem Fotográfica





Aquele Abraço!

sábado, 17 de abril de 2010

Comemoração do 25 de Abril em Mondim de Basto

Organização: Junta de Freguesia de Mondim de Basto
Apoio: Parque de Campismo de Mondim de Basto (FCMP)
Actividade: Grátis - Inscrição almoço: 6 cravos

PROGRAMA

09:00 – Concentração na Praça dos Ex-Combatentes do Ultramar
09:30 – Sessão solene em memória dos Ex-combatentes
10:00 – Início das actividades:
· Caminhada pelas margens do Rio Tâmega
· Passeio de Cicloturismo Capitão Salgueiro Maia
13:00 – Fim das actividades (parque de Campismo)
13:30 – Almoço (Churrasco)
15:00 – Animação musical
16:00 – Concurso das 3 melhores fotos do Rio Tâmega
19:00 – Fim do convívio

COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL

A Junta de Freguesia de Mondim de Basto irá assinalar mais uma vez esta data com iniciativas de carácter social e desportivo. Esta comemoração pretende, acima de tudo, marcar junto da população um tributo à alegria, à liberdade e à democracia.
Pela quinta vez consecutiva, em colaboração com Parque de Campismo e a Associação Monte Bike de Mondim de Basto, terá lugar, na praça dos ex-combatentes, a colocação de uma coroa de cravos em memória de todos aqueles que lutaram e perderam a vida no Ultramar.

Após esta cerimónia, o dia será preenchido com actividades de lazer, um passeio de cicloturismo, aberto a todos os ciclistas interessados, que percorrerão as artérias da vila e algumas localidades do concelho e uma caminhada pela margem do rio Tâmega onde se poderá apreciar os encantos que este bem nos proporciona de uma forma natural e livre. Enriquece e torna mais belo a sua zona envolvente desta freguesia de Mondim de Basto com a sua flora, seus areais e os agradáveis sons das suas águas correntes transmitindo para os nossos ouvidos o sentido perfeito da palavra LIBERDADE.
Durante a parte da tarde, haverá o almoço convívio no Parque de Campismo de Mondim de Basto, animação musical e será divulgado as 3 melhores fotos do concurso das 3 melhores imagens do rio Tâmega.

Fonte de Informação: O Executivo da Junta de Freguesia de Mondim de Basto

sábado, 10 de abril de 2010

Ao Mar

Água, sal e vontade – a vida!
Azul – a cor do céu e da inocência.
Um lenço a colorir a despedida
Da galera da ausência…
Mar tenebroso!

Mar fechado e rugoso
Sobre um casto jardim adormecido!
Mar de medusas que ninguém semeia,
Criadas com mistério e com areia,
Perfeitas de beleza e de sentido!
Vem a sede da terra e não se acalma!

Vem a força do mundo e não te doma!
Impenitente e funda, a tua alma
Guarda-se no cristal duma redoma.
Guarda-se purificada em leve espuma,

Renda da sua túnica de linho.
Guarda-se aberta em sol, sagrada em bruma,
Sem amor, sem ternura e sem caminho.
O navio do sonho foi ao fundo,

E o capitão, despido, jaz ao leme,
Branco nos ossos descarnados;
Uma alga no peito, a flor do mundo,
Uma fibra de amor que vive e treme
De ouvir segredos vãos, petrificados.
Uma ilusão enfuna e enxuga a vela,

Uma desilusão a rasga e molha;
Morta a magia que pintava a tela,
O mesmo olhar de há pouco já não olha.
Na órbita vazia um cego ouriço

Pica o silêncio leve que perpassa…
Pica o novo feitiço
Que nasce do final de uma desgraça.
Mas nem corais, nem polvos, nem quimeras

Sobem à tona das marés…
O navio encalhado e as suas eras
Lá permanecem a milhentos pés.
Soterrados em verde, negro e vago,

Nenhum sol os aquece.
Habitantes do lago
Do esquecimento, só a sombra os tece…
Ela que és tu, anónimo oceano,

Coração ciumento e namorado!
Ela que és tu, arfar viril e plano,
Largo como um abraço descuidado!
Tu, mar fechado, aberto e descoberto

Com bússolas e gritos de gajeiro!
Tu, mar salgado, lírico, coberto
De lágrimas, iodo e nevoeiro!


Poema de Miguel Torga

quinta-feira, 1 de abril de 2010

UMA SANTA E FELIZ PÁSCOA


Aquele Abraço!

O Jorge está tão triste!

É tempo de Páscoa, eu sei. Se num patamar Religioso por esta altura nos sentimos mais meditativos e nostálgicos, pela celebração da Morte, Crucificação e Ressurreição de Jesus, é todavia e juntamente com o Natal, das maiores festas da Cristandade onde nos juntamos num seio familiar mais aconchegante e nos lembramos dos Amigos, na verdadeira ascensão da palavra.
Um deles, já de há muitos anos, é meu conterrâneo de S. Mamede de Infesta e nunca me esqueço por esta ocasião de o visitar, desejando-lhe e à família uma FELIZ PÁSCOA.
Como também fui noutros tempos um fervoroso criador de aves, é em casa dele e doutros «Mestres» desta "Arte" que a cada passo mato saudades desta minha antiga paixão: a ORNITOLOGIA.
Hoje, porém, veio à porta receber-me tão cabisbaixo e deixando escorrer aquelas lágrimas sofríveis dum verdadeiro amante da Natureza e apaixonado criador de aves em cativeiro, sofregamente exclamou: «Elísio, roubaram-me tudo! Já não tenho os meus passarinhos!»
Quem me conhece pode imaginar como fiquei e perante aquele triste olhar os meus olhos também humedeceram. Fui ao local e a imagem era deveras chocante. Até os baldes levaram!
Como é possível chegar-se a este ponto em que a ladroagem já não tem mãos a medir e nem sequer as aves escapam?!
Em cerca de dezoito dezenas de aves roubadas, o valor monetário é sempre algum mas, o valor afectivo representado em Amor - sim, Amor! - que estes criadores apaixonados se deixam envolver - como eu sei! - juntamente com o trabalho da manutenção ao longo de horas diárias nos 365 dias do ano, os alimentos, a preparação dos casais e o controle dos ovos, a alegria na nascença dos passarinhos novos ou a tristeza na morte daqueles tão perfeitinhos e prontos para levar à exposição, são imensos factores cheios de emoção e afectividade deveras inestimáveis!
O Jorge vinha nos últimos anos a especializar-se na criação de exóticos e divertia-se todos os dias no seu cantinho, sem chatear ninguém. Nunca imaginou que os ladrões (quem sabe se alguém das redondezas?!) iriam pela calada da noite ao seu recanto singelo onde passa tanto tempo depois de vir do trabalho - o viveiro das aves - e lhe roubassem os seus pequeninos seres tão lindos, pela força da sacanagem desprotegidos, pois nem as duas portas fechadas à chave foram obstáculos a esses bandidos sem escrúpulos.
Prevejo que irás ter uma Páscoa tão triste e não encontro palavras nesta altura que se adaptem à circunstância e que te possam confortar.
Por tudo isto, Jorge, também me sinto triste... por ti!

Desejo-te as MAIORES FELICIDADES!

Aquele Abraço