quinta-feira, 29 de setembro de 2016

terça-feira, 27 de setembro de 2016

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Já é Outono!




A "História de uma Árvore"

Num campo lá duma terra longínqua, abundavam os cardos. Era uma terra boa e exposta ao majestoso Sol. Mas eram poucos e descuidados os que tratavam da terra para lhe dar uma melhor plantação. E aconteceu que, em tão boa terra, sob esse Sol tão amável, se criou uma árvore, que prometia dar profíquos frutos. E mal o Verão chegou, logo eles se penderam, túmidos e dourados, em ramos folhosos, bem ricos e cheios.
Assim que viram a árvore generosa no campo dos cardos, acudiram os homens esfomeados. Mas, um deles avistou no chão, junto ao tronco, uma lagarta a arrastar-se e disse para os outros:
- Olhem, esta árvore naturalmente tem lagartas!
E todos os que ouviram essa observação, foram dizer a muitos mais:
- Aquela árvore é bela, mas tem lagartas!
E estes ouviram e foram dizer aos vizinhos:
- Os frutos daquela árvore não são bons porque têm lagartas!
A notícia espalhou-se e quando finalmente esqueceu, já o Sol tinha feito muitas idas e voltas no nosso Céu. Passados assim tantos dias, os homens olharam melhor para a árvore, fartos que estavam de discutir o assunto. Todavia, os frutos já tinham caído! As folhas ficaram amarelas! 
Estava-se agora num doce e calmo Outono. E ninguém aproveitou os frutos, que entretanto tombaram no campo dos cardos e só a terra os absorvia, já podres.
Então os homens lastimaram-se, concluindo que afinal, a árvore não tinha lagartas!

Moral desta história:

Há homens que valem e que têm, tal como aquela árvore, frutos bons para dar (Amor)... mas nos quais outros homens, que nada oferecem, só vêm lagartas, ou seja, inventam "engenhosos motivos" para os por de lado (na vida). E ao redor, há sempre quem não sabe ver ou não quer ver (a Verdade)!

Aquele Abraço

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

A «Tuna Musical» da...


Associação dos Antigos Gaiatos e Familiares do Norte, fez mais uma atuação em público, junto ao imponente Mosteiro de Paço de Sousa, com o propósito de angariar fundos para possível aquisição de um "P.A." que visa melhorar a qualidade do som, equipamento que estão a necessitar.
Não foi esquecida para o mesmo fim, a cobertura de espaço dos "comes e bebes" com a serventia calorosa dos colaboradores envolvidos.
No final de mais uma brilhante atuação, a Associação procedeu ao sorteio de três quadros (inicialmente eram só dois mas o Presidente Miguel ordenou a atribuição também do 3º prémio), obras da autoria do antigo Gaiato mestre Pontes.
Os nºs vencedores foram: 1º- 368 / 2º- 701 / 3º- 160
Obrigado a todos que jogaram "na rifa" e parabéns aos felizes contemplados!

Aqui ficam algumas imagens do Evento:















Aquele Abraço

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Conclusão: o melhor é...




Não ouvir nem ver

Porque o melhor, enfim,
É não ouvir nem ver…
Passarem sobre mim
E nada me doer!

- Sorrindo interiormente,
Coas pálpebras cerradas,
Às águas da torrente
Já tão longe passadas. –

Rixas, tumultos, lutas,
Não me fazerem dano…
Alheio às vãs labutas,
Às estações do ano.

Passar o estio, o Outono,
A poda, a cava e a redra,
E eu dormindo um sono
Debaixo duma pedra.

E sob a terra firme,
Compacta, recalcada,
Muito quietinho. A rir-me
E não me doer nada.


Poema de Camilo Pessanha 
(1867-1926) Clépesidra

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Passadiços do Paiva - Arouca (3)

Continuam as notícias "poderosas" sobre este monumental empreendimento turístico de Arouca.



(pena são os incêndios que devoram toda a biodiversidade e voltaram a afetar parcialmente a estrutura do trilho!)





Baú de Recordações por…

“Esses caminhos que andei”




O Paiva e a “Lucy”

Outro dos meus lugares de encanto, junto do Paiva, é na Aldeia da Paradinha, Alvarenga-Arouca, uma singela "Aldeia de Xisto" com a sua fascinante praia-fluvial, de águas em caldo, tão apetecidas, como eram tão merecidas dum verdadeiro amante da Natureza apaixonado pelos recantos escondidos deste nosso lindo Portugal, sempre admirado e penitenciado pelas “bacias hidrográficas” e tudo ao seu redor.



Conheci esta aldeia na década de oitenta, do passado século. Desci até onde pude, com a “jubiraca” 4L emprestada e deparei-me com uma aldeia toda em ruínas, sem nenhum habitante. Fui até ao rio e tomou-se um daqueles banhos de água em caldo, que nunca mais esquece. Sem ninguém! E nunca mais de saiu esta ideia do pensamento: eu hei-de voltar a este paraíso!
Só não sei onde param as fotos que tirei na máquina de rolo, para vos deixar aqui.



Anos mais tarde, havia melhorado um pouco a vida e já tinha um Xamade mais espaçoso e a dar garantias de motor, sem receio de ficar para o outro dia, numa tenda. Ainda se apeava p’ra aí a 150 metros do Paiva e tinha que passar por sobre mato, giestas e urtigais, sempre a malhar. Era aventura!
Eu chegava e recostava-me a uma sombra a ler um livro que na véspera tinha metido na mochila – este local convidava sempre ao prazer do remanso, num silêncio apenas quebrado pelo som imaculado das águas do meu Paiva, que sempre achei ter necessidade de conjugar a essa harmonia da natureza, as letras desses fascinantes livros de poesia que ainda tinha e me transportam para o mundo do sonho, da fantasia, da renúncia à civilização e consequentemente da almejada paz que procurava.
Foram vários os fins-de-semana que passavam sempre nessa feição divinal.



Numa das épocas, quando chego ao deslumbrante miradouro, reparei que a aldeia estava a ser recuperada e já havia turistas ou quem tenha comprado e recuperado o imóvel. Havia um vigilante, que chamou à atenção para o cuidado a ter com o fogareiro dos nossos agradáveis grelhados de vitela arouquesa. E que levasse o lixo comigo ou deixasse no caixote que está junto à casa da caveira, assim percebi. Eu levo sempre comigo, disse-lhe e só mais tarde compreendi que se referia à “Casa Cabeira” que é a primeira quem vem do rio.



Mas, um dia, esse premeditado sossego acabou, quando um casal de turistas vieram passar um mês de férias em turismo rural na então recentemente recuperada aldeia, e trouxeram consigo aquela que considerei até hoje ser bem mais apaixonada que eu pelo Paiva, essa inquieta e maravilhosa cadela de nome “lucy”. Ela tinha uma vida e uma paixão pela água, que depois de me render às suas brincadeiras ininterruptas, às suas diabruras, os fins-de-semana daquele mês nunca mais naquele lugar foram o bucolismo que era.






Brincava com ela e atirava-lhe um páu para a água vezes sem conta. Ela ía buscar e pousava à minha frente para voltar a atirar e p’ra mais longe, assim me parecia. Eu cansava-me do jogo e ía deitar-me um pouco na relva mas… ó dormes, qual quê… vinha logo lamber-me a cara e a latir em tristeza, como que a chamar para continuarmos o jogo que o majestoso Paiva proporcionava. Só ao fim se várias horas e da insistência da patroa para ir embora é que ela, embora aos zig-zags e sempre a olhar para trás, lá ía, como que dizendo:
- De tarde estou cá outra vez, não te livras de mim, pá!















Quando naquele posterior fim-de-semana ela não apareceu, embora não sendo minha, eu notei a falta das suas diabruras, do seu carinho, do seu chamamento, da companhia que me proporcionou e nunca vou esquecer. Senti, cá no fundo, que tinha acabado de perder …um amigo(a)!



Hoje, julgo que nada melhor, para terminar esta minha humilde história, deixar-vos este maravilhoso e sentido poema de Belmiro Braga, que sempre me emocionou quando o releio:

AMIGO CACHORRO

Pela estrada da vida, subi morros,
desci ladeiras e afinal te digo:
se entre amigos encontrei cachorros,
entre cachorros encontrei-te amigo.
Hoje para xingar alguém,
recorro a outros nomes feios,
pois entendi 
que elogio a quem chamo de cachorro
desde que este cachorro conheci!

Poema de Belmiro Braga – BRASIL

Aquele Abraço

sábado, 3 de setembro de 2016

A POLÍTICA ROUBA SEMPRE... UM ESPACINHO NA ALMA ! (2)


«Estúpidos! - exclamou ao ser demitido!»

 Ainda não há muito tempo, surgiu um certo ministro, que enriqueceu muito depressa, e começou a dar nas vistas pela sua falta de escrúpulos, tanto que por fim não teve outro remédio do que deixar "o lugar", vacilando diante da oposição e da execração públicas.
- Estúpidos! - exclamou ao ser demitido.
- Já tinha tratado dos meus negócios e demitem-me precisamente agora que ia começar a tratar dos do estado!

O pão da mentira é gostoso ao homem; porém, depois a sua boca será cheia de areia!

Provérbio de Salomão 




Festa e Conferência Política ... desfaz-te as dúvidas?!

 Depois de ter escutado com toda a atenção o último e principal orador numa conferência de Verão, um operário desempregado ganhou coragem e avançou, perguntando:
- Pode dizer-me, camarada, quanto me vai caber a mim, depois que se fizer a partilha após essa revolução social que acaba de anunciar? Eu agora não tenho nada!
- Pois... (respondeu o líder)... é fácil de saber. Segundo os cálculos feitos pelos agentes do nosso partido, deves ficar, pouco mais ou menos, com o triplo!




Contaram-me este caso:

Jovem formando-se na política... sem acordo do Pai!

Um estudante do interior das Beiras a formar-se na área da política (contrariando os conselhos do Pai) quis ir para Lisboa, ciente de que lá se aprende melhor e até se resolvem todos os problemas.
Passado quase um mês, escrevia ao Pai, da seguinte forma:
- Como sei,  meu Pai, que não quer saber nem usa telemóvel nem computador, escrevo-lhe à rasca esta carta na segunda-feira, para que lhe chegando às mãos na terça-feira, faça você o favor de na quarta, de me mandar a mesada na quinta, a fim de que eu a receba na sexta, que já me comprometi...
Caso contrário, pego na bicicleta no sábado e sem parar me verei com vossemecê no domingo.

Respondeu-lhe o Pai:
- A tua carta de segunda-feira, recebi-a na terça, e escrevo-te na quarta, para que saibas na quinta, que te não mandarei qualquer dinheiro na sexta e se vieres de bicicleta no sábado te desenganarás no domingo. Fica sabendo que não será nem na segunda, nem na terça, nem na quarta nem na quinta, nem na sexta nem no sábado e nem no domingo que a minha bolsa estará à tua disposição. 
Quem está "à rasca" pega cá no trator e trabalha de dia e estuda à noite, e já resolve todos os problemas sem precisar do Pai. Aí sim, o Pai ajuda! E toma nota: Boa política é um homem ser prudente e seguir os bons conselhos, porque ao insensato, cedo ou tarde chega o prémio da loucura!


Aquele Abraço