quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

"O valioso tempo dos maduros"

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!

Autor: Mário de Andrade (1893-1945)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

BOAS FESTAS

Aquele Abraço

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Conto de Natal - 2010

Nem a mulinha faltava!

- Esperai... Esperai um pouco... Por piedade!
Mas ninguém atendia a súplica da pobre mulher descalça, desgrenhada, cambaleante, com o filhinho moribundo nos braços.
A onda humana seguia de tropel; tanto pior para os que fraquejavam e íam ficando pelo caminho. O terror atordoava, endoidecia; o instinto de conservação gerava um egoísmo feroz que sufocava direitos de família, de amizade, ou simplesmente humanos.
Dum lado e outro da estrada o aspecto era desolador. Casas truncadas, árvores derrubadas, campos amortalhados em cinzas. Porque por eles passara o hálito calcinante da guerra.
Ao longe o fragor do bombardeamento ressoava sempre.- Senhor... misericórdia!
A fugitiva, desenganada quanto a socorros naturais, voltava o seu apelo plangente para o alto.
Mas o Céu, lá por detrás daquela camada de nuvens plúmbeas, parecia surdo ou indiferente ao seu clamor.
Incapaz de dar mais um passo, sentou-se num resto de tronco esfacelado, com a criança sempre apertada no chaile e o olhar perdido ao longe, aguardando nem ela saberia o quê.
A noite descia. Uma faixa arroxeada, sanguínea, marcava a linha do horizonte. Tudo era deserto em redor. Mas a mulher não tinha medo, agora que o perigo parecia não avançar - o perigo único que, para ela, era a guerra.
Tudo era deserto e calmo; e finalmente o bombardeamento cessava. Nenhum ruído agora e o olhar da mulher permanecia fixo, apático.
Nenhum ruído?... Nada?...Sim... Uma manchazita escura, além na curva da estrada, que se move, que caminha, que se define pouco a pouco, no crepúsculo...
A mulher estremece, levanta-se e aguarda.
É um carrito, uma carrocinha puxada por uma pequena mula esquelética e coxeante...
Ninguém ao lado e na boleia. Virá dentro, deitado, ferido, morto talvez?...
Resoluta a mulher tolhe o passo ao animal e também este parece satisfeito com o encontro. Pára sem relutância e meneia a cabeça como a pedir afago.
Dentro não há ninguém. Um feixe de palha, uma velha manta e, o que é melhor ainda, um lenço atado pelas pontas e contendo um pedaço de pão e umas maçãs.
E ela tinha fome, sim. Que lhe importa, porém a vida, se o filho vai morrer?
No entanto, também nela prevalece o instinto de conservação. Pega no pão, come àvidamente e, compassiva, estende uma maçã à mulita. Reanimando-se, sobe para o carro, toma as rédeas e incita o animal a andar. Ele obedece, mas o seu andar é cada vez mais oscilante, mais fatigado, e a mulher, que sabe o que é sofrer, de novo sente compaixão. Vão justamente passando junto de um alpendre meio desmoronado. Por detrás há um telheiro que parece intacto ou pelo menos pouco danificado. A mulher apeia-se, anima a mulita com outra maçã e puxa-a para aquele abrigo. O pequenino geme. A mãe desembrulha-o um pouco e procura em vão, na semi-obscuridade, observar-lhe o rosto. Beija-o então numa crise de ternura que havia muitas horas já não lhe desafogava o peito, e um clarão de fé desentorpece-lhe o espírito:
- Jesus... Maria Santíssima... Salvai o meu filho!
- Sim... Ela o Salvará. Rezai convosco.
E uma figura andrajosa, mas de bela cabeça e barba grisalhas, destaca-se do fundo negro do alpendre e aproxima-se compadecida...
Irmã Anjos... tenha paciência... não vá tão depressa... olhe que tenho o dobro da sua idade...
- Ah! Perdão, Madre Dores... Nem reparava que íamos a subir...
Fazia voltar a bicicleta, passava pela rectaguarda e vinha alinhar com a da Superiora que claramente se mostrava fatigada.
- Não será melhor descansarmos um pouco? - perguntou.
- Descansar por descansar, simplesmente...
Ah! Não, Irmã. Por aqui nada há a fazer... vamos... mais além... até que encontremos alguém a quem façamos o bem que pudermos, enquanto descansamos...
E de novo, silenciosas, continuaram a pedalar.
O dia rompia suavemente. A região tragicamente devastada aparecia salpicada de neve que nas ruínas escorria denegrida e pastosa...
Ao primeiro raio de sol que surgiu no horizonte, Madre Dores exclamou alegremente:
- Boas Festa, Irmã Anjos!
É verdade! Estamos na vigília do Santo Natal... Boas Festas, Madre Dores!
- Natal de guerra... Que dó! Quando hão-de os homens compreender a mensagem de amor e paz do Menino Jesus?!
A voz de Madre Dores é agora repassada de tristeza e a irmã Anjos responde quase no mesmo tom:
- É a primeira vez na minha vida que não tenho um Presépio...
Mas a mais velha atalhava:
- Descansemos agora e rezemos as orações da manhã...
Olhava em roda e interrompeu-se, de novo, alegremente:
- Bem sabia que havíamos de encontrar alguém... Olhe... ali há gente.
Tinham chegado em frente da casa arruinada com o alpendre anexo. Apearam-se; e enquanto Madre Dores se demorava tirando vários embrulhos da bicicleta, a Irmã Anjos avançava pressunrosa para o alpendre, estacava pasmada e logo retrocedia toda excitada e jubilosa:
- Madre - disse a meia voz como receosa de quebrar o encanto - um presépio... com tudo...
Nem sequer falta a mulinha!

Autora: Maria de Freitas

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

XXXI Exposição de Aves - Matosinhos (1)

Olá Amigos

Decorreu de 18 a 21 de Novembro deste 2010 a XXXI Exposição CIOM (Clube Independente Ornitológico de Matosinhos) conjuntamente com a V Exposição CCAP (Clube do Canário Arlequim Português) e uma vez mais no lugar da Ponte da Pedra, em Leça do Balio.
Bem pertinho de S. Mamede de Infesta, não podia deixar de visitar este singelo evento, organizado sempre com dedicação da Direcção e sócios, criadores de aves de companhia, um hobbye fascinante para quem tiver espaço e queira preencher o tempo com um entretenimento construtivo e ao mesmo tempo ajudando a preservar a Natureza.
Estavam expostas muitas aves - cada vez mais - dos variados grupos e raças, que o juri ajuizou e pontuou mais as de melhor qualidade, premiando quem dedicou grande parte do tempo só para elas e deste modo são recompensados. Os que não foram distinguidos aprendem a melhorar e a aperfeiçoarem a qualidade do seu plantel, criando as suas aves dentro dos parâmetros das suas regras e obedecendo às espécies, classes, cores, formas e tamanhos de origem que são reconhecidos, entre outros factores, bem como as mutações permitidas e já acreditadas quer em Portugal, quer internacionalmente. Achei, por exemplo, alguns "gloster" demasiado gigantes em relação ao tempo que também criei.
Por isso é que não adianta aos criadores que querem expor/competir (e no caso particular que observei do canário "Arlequim Português") cruzar lipocromos com melânicos ou simples pintos(variegados) e considerá-los iguais aos de raça já apurada há alguns anos, uma raça de que gosto de ver por ser Portuguesa e que alguns têm trabalhado com afinco para a melhorar e ser reconhecida em todo o Mundo. Considerado um canário "Policromo" podemos vislumbrar seis cores misturadas, desde o amarelo, cinza, laranja, bronze, branco e verde. Além destas cores, sobressai o castanho do dorso, que não toma a cor de fundo, geralmente alaranjada e os bastonetes são pretos. É um canário sempre vivo, rústico e alegre quando em perfeitas condições de saúde. Repare-se que esta raça permite uma grande variedade de desenhos que o tornam fascinante pelo imprevisto que cada nova geração traz, dando inclusive mais vida e alegria às exposições de aves, ao contrário de muitos corredores cheios de aves todas iguais e algo monótonas. Se formos a ver e para gáudio dos antigos mestres passarinheiros, o canário "Arlequim Português" já se criava há dezenas de anos, só que agora com a totalidade das seis cores misturadas e o tamanho particular, sem grandes "estroncamentos" com yorkshires ou lencashires que o tornem demasiado esguio e de poupa à inglesa. O canto deve ser sempre forte a condizer com a vivacidade e não suave, com muito "tcha, tcha, tcha pelo meio" ou a "bater castanholas".
Claro que o júri descortina as irregularidades e simplesmente desclassifica essas aves trazidas pelo seu criador iludido.- Os "pais" destes desclassificados são de boa raça e foram adquiridos de confiança - murmura alguém inconformado. E ouve-se também dizer que a culpa de serem desclassificados é... do Pinto da Costa. Quem diria!

Para se evitar ou minorar estes dissabores, estou a lembrar dum conselho já muito antigo:

« (...) Todo o individuo que quer ser criador de canários ou criar várias raças, deve antes de investir e comprar exemplares, fazer primeiro um estudo da canaricultura, das raças que quer criar e onde vai adquirir. No caso especial do "Canário Arlequim Português" existem já bons criadores que dão consistênsia às linhas desta raça.
Se queremos expor e competir, deve-se, pois, adquirir aves a criadores em que (todos!) os seus pássaros manifestem boas características, ou seja, criadores de topo desta raça. Todavia, não nos devemos iludir pelo nome ou pelo facto de alguns criadores serem também juízes. O facto de ostentar essa classificação, não significa que só tenha bons exemplares e que vá ceder os puros. Estes, devem por isso facultar o cadastro das aves que estão sendo adquiridas e serem transparentes na sua venda, para evitar dissabores ao adquirente.»

Continua...

XXXI Exposição de Aves - Matosinhos (2)

Por fim e segundo a organização, este evento correu positivamente para os dois clubes parceiros e gostei de encontrar no recinto alguns "Mestres" da região de S. Mamede de Infesta e Matosinhos, amantes desta arte ancestral, como o quase centenário "mestre Azevedo" (Sr. Domingos Azevedo) premiado em lizards; "mestre Alves" (António J. Alves); "mestre Paulista" (José M. Nogueira) e os seus agapornis roseicollis; e outros como o "mestre Amaro"
(José Amaro) com quem cheguei a competir noutra exposição há anos, com "Opalas Vermelhos" e como não sou mestre...saí derrotado.
Como o tempo passa. Mas, tal como com muitos aficionados, o AMOR PELAS AVES permanece!

Basta que me lembre sempre daquelas palavras que descrevem a postura apaixonante do verdadeiro criador:

Quem é esse "mestre Couto"?
Mora num Bairro? Ou num souto?
Numa Aldeia? Vila? Ou Cidade?
Mas as avezinhas que tem
Mesmo presas sentem-se bem
Como estivessem em Liberdade!

Dou os parabéns ao Clube Independente Ornitológico de Matosinhos por manter esta tradição da exposição regional e aproveito para desejar a todos os criadores e verdadeiros amantes das aves (quantos «Heróis» esquecidos da Avicultura Portuguesa!), um ano de 2011 com muitas e belas criações, se possível melhorando a qualidade do seu plantel que os envaideça e orgulhe quem admira esta arte ancestral e defende a Ornitologia em geral, em prol da conservação da biodiversidade e destas belíssimas espécies que o mundo das aves nos proporciona.

Para conhecer melhor o CIOM, visite a página elaborada pelo José Manuel Nogueira (Nelo Paulista): http://ciommatosinhos.no.sapo.pt/ ciom@sapo.pt

Continua...

XXXI Exposição de Aves - Matosinhos (3)

Mais alguns momentos fotográficos do Evento

Aquele Abraço

terça-feira, 16 de novembro de 2010

5ª EDIÇÃO S. MARTINHO - 14/11/2010 (1)

MAGUSTO DA FREGUESIA DE MONDIM DE BASTO

Com o propósito de reviver tradições e proporcionar momentos de convívio entre visitantes/turistas e a comunidade local, a Junta de Freguesia de Mondim de Basto realizou no passado dia 14 de Novembro o tradicional Magusto que vai já na sua 5ª Edição.
Embora ameaçando chover, mais de 50 caminheiros participaram neste maravilhoso programa, que se iniciou cerca das 10.30h no Parque de Campismo, saindo ao encontro dos lugares com paisagens "divinais" que o Outono proporciona.

A amena cavaqueira esteve presente ao longo da já tradicional caminhada, com cerca de 8km, por caminhos rurais, de montanha e calçadas medievais, passando alguns lugares míticos de Mondim, descobrindo novos lugares bucólicos junto ao Rio Cabril, quando o atravessamos no passadiço metálico próximo ao velho moinho de Carrazedo (qual ponte militar), ou pela Ponte Romano/Medieval de Vilar de Viando.

A meio da caminhada teve lugar um "mata-bicho" onde não faltou bola de carne, jeropiga e o tradicional "café do pote".
Retomando o caminho sempre com calma e serenidade, conversávamos com as pessoas sobre os lugares que fomos descobrindo, fotografando momentos de rara beleza que faziam brilhar os nossos olhos.

Bosques e soutos encantadores, vinhas com folhagem tricolor, campos cultivados e outros ceifados, aos pés do Monte Farinha, vigiados pela Senhora da Graça.
Toda esta paisagem irá desaparecer e ficar submersa, sacrificada com a subida das cotas das barragens que o governo vai implementar em prol das energias "hidroeléctricas", pese embora haverem outras alternartivas.

Continua...

5ª EDIÇÃO S. MARTINHO - 14/11/2010 (2)

MAGUSTO DA FREGUESIA DE MONDIM DE BASTO

No livro “Corre-me um Rio no Peito”, Luís Jales de Oliveira, escritor e grande poeta da terra, escreve emocionado:
(...)Dói-me que se esfume o arco Romano-Medieval de Vilar de Viando e o mítico lugar da Chavelha, braços de ligação, travessias sagradas e caminhos velhos do Mundo, por onde Faros e Linceus, Bubalos, Equaesios e Souseus, Celtas, Nemetanos, Romanos, Franceses e Peregrinos de Santiago deambularam e construíram os seus destinos. Dói-me que se afoguem as figuras humanas pré-históricas e as carrancas dos Celtas esculpidas nas fragas e nos patamares do romântico moinho e que se oculte, para todo o sempre a ara do Calhau Furado.Dói-me que se desvaneça o culto de Apolo que marcou aquelas margens, o culto das travessias e mais tarde o culto do Senhor da Ponte, em honra do qual se viria a construir (sobre o túmulo de um centurião romano) a encantadora Capela, com o mesmo nome, engalanada com pinturas "naif" para albergar o antiquíssimo cruzeiro de granito, famoso pelos milagres realizados, por promessa de um casal de moradores.Para montante da Ponte de Mondim os crimes continuarão e o lençol opaco e mal cheiroso abafará, sem apelo nem agravo, as margens idílicas (...)


HERANÇA

Quando regresso, todos os dias, há uma ponte,
Há um rio com moinhos e um monte,
Na visão mais pura e bela
Que abençoou os meus trilhos;
Quem me dera emoldurar aquela tela,
Para os filhos dos meus filhos!

Luís Jales de Oliveira

Continua...

5ª EDIÇÃO S. MARTINHO - 14/11/2010 (3)

MAGUSTO DA FREGUESIA DE MONDIM DE BASTO

No final da Caminhada teve lugar o almoço, onde se incluía mais uma vez o conhecido churrasco e prato de arrosada, quentinho para aquecer os corações e com muita variedade, como fêveras, morcelas e entrecosto grelhados, o pão e a rica e saborosa sopa, que os participantes pegavam depois de aguardar na fila. Frutas, sumos e vinhos da região completavam a “ementa”.

Da parte da tarde teve lugar a animação com bailarico e karaoke.
Pelas 17.30H a fogueira começou a arder e toda a gente foi se juntando ao redor. As castanhas já despejadas entre a caruma começaram a ficar com casca negra e douradinhas. Toca a agachar e a tirá-las da fogueira. Quentes e boas, acompanhadas de boa pinga. E come hoje que amanhã tens menos dentes... Depois, um caldinho verde.

Da fogueira vem a “matéria prima”, esse pó que os dedos da mão artista espontâneamente pinta os rostos farruscos dos mais audazes.
Já há algum tempo que a luz Solar havia desaparecido e algumas pingas ameaçadoras caíam. Os turistas viandantes foram-se despedindo dos Mondinenses que ficaram mais algumas horas em diversão no bar do Parque de Campismo, gerido pela FCMP (esteve presente o Companheiro Jorge Vieira) e que nestes Eventos colabora com a Freguesia. Despedimos-nos de todos com Amizade, agradecendo ao Sr. Presidente da Junta de Freguesia, Fernando Gomes, mais um dia encantador que passamos em convívio amigo e fraterno, enaltecendo a pureza destes eventos e aquele carinho que vocês sempre partilham com que vos visita.

Continua...

5ª EDIÇÃO S. MARTINHO - 14/11/2010 (4)

MAGUSTO DA FREGUESIA DE MONDIM DE BASTO

Cantigas Populares (A)

AS CASTANHAS

As castanhas, meus meninos
Nascem do castanheiro
Quem quiser comer castanhas
Abra os ouriços, primeiro.

O ouriço já secou,
Já caiu a castanhinha.
Hoje é dia de comer
A castanha cozidinha.

Cozidinha ou assadinha
Na fogueira a saltitar
É dia de S. Martinho
Vamos cantar e dançar.

Continua...

5ª EDIÇÃO S. MARTINHO - 14/11/2010 (5)

MAGUSTO DA FREGUESIA DE MONDIM DE BASTO

Cantigas Populares (B)

OS ENFARRUSCADOS

São tão boas as castanhas
Na fogueira assadinhas,
Também gosto delas cruas
Depois de bem trincadinhas.

São as castanhas do castanheiro
Que nós comemos junto ao braseiro.

As castanhas já comi
E agora vou brincar
No carvão eu sujo as mãos
Para me enfarruscar.

Aquele Abraço

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

ORNISHOW 2010 - Gondomar

Olá

Conforme divulgado, decorreu de 5 a 7 de Novembro no Pavilhão Multiusos de Gondomar (Coração de Ouro) a exposição ornitológica de aves de companhia «ORNISHOW 2010» quiçá a melhor a norte do País e organizada em parceria pelos COG - Clube Ornitológico de Gondomar e COP - Centro Ornitológico do Porto.
A exposição esteve bonita e a organização está de parabéns!
Deixo em particular um grande abraço de felicitações ao meu amigo António J. Alves, criador de exóticos de pequeno porte, vítima de roubo de quase todo o plantel de vários anos e mesmo assim, com trabalho, persistência e Amor pelas aves, com as que lhe restaram e outras que adquiríu, conseguíu nesta exposição várias aves premiadas de excelente qualidade, nomeadamente quatro 1ºs prémios. Bem Haja!

Para saber as classificações das aves que os criadores/expositores levaram a júri, clique aqui:

p.s.
Já agora e como estive presente no dia 6 (entrada livre) adquiri um bilhete (nº 1518) para o sorteio de uma ave. Aproveito para informar que o nº contemplado foi 1505.

Felicidades para todos os Amantes das Aves
Aquele Abraço

Alguns posters com fotos do Evento

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Magusto 2010 - Mondim de Basto

DIVULGAÇÃO

5ª EDIÇÃO S. MARTINHO

14 DE NOVEMBRO DE 2010
Participe no reviver das tradições
A Junta de Freguesia vem convidar todos a participarem neste grandioso convívio

Programa
09h00 – Ponto de encontro (Parque de Campismo)
09h30 – Início da caminhada
10h30 – (lanche)
11h00 – Reinício da caminhada
13h00 – Chegada ao Parque de Campismo
13h15 – Almoço (Churrasco)
15h00 – Animação/Magusto
20h00 – Fim do convívio


Organização:
Junta de Freguesia de Mondim de Basto e Parque de Campismo
Informação e Inscrição:
Junta de Freguesia – 255 382 741/freguesia@jf-mondimdebasto.pt
Parque de Campismo – 255 381 650
Valor da Inscrição: 6 castanhas (almoço+magusto)

Nota: A participação na caminhada é grátis

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Exposições Regionais de Aves - 2010

ORNITOLOGIA
EXPOSIÇÕES DE AVES 2010

Olá
Aproxima-se o penúltimo mês do ano e como é habitual já de há muito tempo, quando criava e expunha, realizam-se um pouco por toda a parte de norte a sul do país as Exposições regionais das "Aves de Companhia" em Novembro e algumas ainda em Dezembro.
Estes eventos são levados a cabo pelos Clubes e Associações, que nos tempos que correm também sentem dificuldades na organização da sua exposição perante o público, tendo alguns a felicidade de ainda poderem contar com algumas ajudas, concretamente autarquias (poucas), patrocinadores e acima de tudo bastante carolice e dedicação de quem gosta das aves de companhia, como outros (e muito bem!) o fazem com os gatos, cães, etc.
Sempre fui um apaixonado pelas aves, que depois das selvagens também passei a admirar e adorar as de cativeiro.
Já no início deste ano, Portugal e concretamente o concelho de Matosinhos congratulou-se com a realização do «58º Campeonato do Mundo» que visitei e deixei muitos testemunhos nesta minha página da web.
Este ano aqui pelo norte têm lugar as exposições regionais que normalmente proporcionam também bons eventos ao público em geral e muito em especial para os AMANTES DAS AVES e AVICULTORES ou ORNITÓLOGOS que não perdem estas oportunidades para exporem as criações que tiveram a felicidade de lhes nascerem ao longo do ano, ou seja, mostrar publicamente o produto do seu hobby, da sua grande paixão.
Tenho recebido alguns "lembretes" de exposições regionais de "Aves de Companhia" que se vão realizar brevemente e deixo aqui algumas sugestões para os aficionados e não só, como forma de DIVULGAÇÃO na região norte destes sempre agradáveis eventos.

29 de Outubro a 1 de Novembro
EXPO AVE 2010
Oliveira do Bairro(10.00h às 22.00h)

5 a 7 de Novembro
ORNI SHOW 2010
Parceria: CENTRO ORNITOLÓGICO DO PORTO
E CLUBE ORNITOLÓGICO DE GONDOMAR
Gondomar (Pavilhão Multiusos)
(14.00h às 20.00h)


12 a 14 de Novembro
XIX EXPO AVE CAPITAL DO MÓVEL
ASSOCIAÇÃO ORNITOLÓGICA DE PAÇOS DE FERREIRA
(Parque de Exposições da Capital do Móvel)
(10.00h às 20.00h)

18 a 21 de Novembro de 2010
XXXI Exposição CIOM - Clube Independente Ornitológico de Matosinhos
V Clube Canário Arlequim Português
(18-11-10 das 10.00h às 20.00h)
(19,20 e 21-11-10 das 10.00h às 13.00h e das 14.00h às 20.00h - excepto no 21 que encerra às 17.30h)
Local: Leça do Bailio, Ponte da Pedra (junto ao Banif)
Visite a página elaborada pelo Nelo Paulista: http://ciommatosinhos.no.sapo.pt/

Estas são algumas exposições regionais cá pelo norte, para este ano de 2010.
Para quem poder ir a França... é lá que se vai realizar em Janeiro de 2011 o 59º Campeonato do Mundo.

Também podem saber mais neste site da especialidade: http://www.avespt.com/

Se alguém quiser acrescentar alguma notícia ou divulgar algum evento relacionado com este tema, estejam à vontade, é só enviar e eu publico.

Divirtam-se e se tiverem oportunidade visitem alguma destas belas exposições.

Nota Final

Como nota final, deixo esta "VERTENTE PEDAGÓGICA" que me fez gostar (embora haja quem não entenda!?) das aves criadas em cativeiro:

«Quando os habitats naturais das inúmeras espécies de aves que em todo o Mundo continuam a ser destruídos ou vandalizados, bem como a falta de recursos naturais para sobreviver, criar em cativeiro exemplares ameaçados de extinção ou já raros, assegura a sua sobrevivência e desperta consciências!»

Aquele Abraço

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ao cerrar da noite

Rente às alminhas, sob as oliveiras
Que parece que estão a abençoar,
Avista-se uma casa, entre as primeiras
Atrigueiradas casas do lugar.

Parece ser a avó das companheiras,
Velhinha e humilde…à luz crepuscular,
Sob a ramada, à frente, altas videiras
Espalmam folhas novas pelo ar.

Já voltaram da ceifa. Ao pé da porta,
Os de idade e saber vão lamentando
As nascentes sem água, a vinha morta.

Enquanto, noutra roda, há novidade:
Uma linda velhinha está contando
Contos que fazem cismas e saudade…

Poema de António Correia de Oliveira

sábado, 2 de outubro de 2010

Dia Mundial do Animal 2010

04 de Outubro de 2010 «Os Animais são nossos Amigos!»

O dia mundial do animal celebra-se a 04 de Outubro já desde 1930 em mais de 40 países.
Neste dia homenageamos os nossos amiguinhos e companheiros animais.
Não só devemos amar e respeitar os animais que vivem connosco em nossas casas, como também devemos reflectir e lembrarmo-nos daqueles que são diáriamente abandonados e sofrem pelas atitudes humanas irreflectidas e irresponsáveis.

Origem do Dia do Animal

São Francisco de Assis, (Franciscus van Assisi) nasceu em Assis, antiga cidade de Itália, a 26 de Setembro de 1182, situada na região da Úmbria. Para além de pobre, passou por um período de doença na sua vida, a partir do qual decidiu passar a ajudar os mais carenciados. Francisco de Assis também amava os animais e protegia-os. Os cães lambiam as chagas e as aves pousavam no seu regaço quando as alimentava. Morreu a 4 de Outubro de 1226. Dois anos após a sua morte foi santificado.
Em 1929 no Congresso de Protecção Animal em Viena de Áustria, foi declarado o dia da morte de São Francisco de Assis como o Dia Mundial do Animal. A bondade de São Francisco de Assis pelos animais ficou assim eternamente reconhecida!
Foi em Outubro de 1930 que se comemorou pela primeira vez o Dia Mundial do Animal.
A 15 de Outubro de 1978 foram registados os direitos dos animais através da aprovação da Declaração Universal dos Direitos do Animal pela UNESCO.
Lembra-te não só no dia mundial do animal, mas todos os dias, que os animais não se podem defender sozinhos, que temos de os ajudar e que muitos são os que morrem por falta da nossa ajuda e irresponsabilidade.
Assim como para com as pessoas, não deixes de ajudar um animal que precisa do teu auxílio, pois ele também te ficará grato para toda a vida!

Para todos aqui vai a história da “Valente”

Quando ía p’ra escola, um dia
Vi que na berma gemia
Uma gatinha de pouca idade;
Tinha um miar inocente
E parecia dizer à gente:
Tende de mim piedade!

Toda molhada e ceguinha…
Que o “dono” com medo da «tinha»
De pronto a lançou ao rio;
Mas ela lutou contra a morte
E andava sem rumo, sem norte,
Cheia de fome e de frio.

Dei-lhe logo de comer
E também leite para beber,
Como ensina os MANDAMENTOS;
Com soro os olhos lavei
E depois a confortei,
Pus fim aos seus sofrimentos.

Com esta atitude sensata
Não deixei morrer a gata
Quando a vi tão aflita…
Cá em casa também é “gente”
Tem o nome de VALENTE
E é uma gata bonita!

Tão bem tratada há 10 anos.
Mas, há saúde vieram danos
E também alguma dor...
E a minha sina era esta:
Levá-la ao Consultório Vet. de Infesta
Para extraírem o tumor.

Veio para casa tão fraquinha,
Com enorme corte na barriguinha
Que dava vontade de chorar...
Está a recuperar porque é “Valente”
E com o esforço cá da gente
Tudo fazemos para a salvar!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Ecoclube "Guarda-rios" de Guifões (1)

Divulgação

Contactos:


ecoclubeguardarios@gmail.com

Os "Ecoclubes" são...




Muito interessante:

Os jovens são os próprios líderes dos Ecoclubes!

Muito bem!

IV Encontro sobre o Rio Leça (Ecoclube guarda-rios de Guifões)

Segundo a «Intervir Mais - Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa» :
(...) Os rios que bebemos estão a transformar-se em vales de lixo e águas contaminadas.
Apenas 30% dos rios em Portugal têm boa qualidade!

E o rio da nossa terra? Sabes como está o seu estado?

Ainda há alguma fauna e flora que sobrevive mas, infelizmente, por mais que algumas boas vontades façam, hoje em dia falar do Rio Leça é verificar constantemente descargas de poluição que cada vez o contaminam, provenientes dos esgotos industriais, dalguma agricultura que continua a usar excessivamente pesticidas e fertilizantes temporários e a deficiente rede de saneamento básico doméstico ao longo do seu curso. Tudo atitudes insensatas do homem!

Por isso e tal como os "Ecoclubes" é preciso agir com elevada urgência, estar constantemente atento aos focos de poluição, visitar o rio e denunciar imediatamente às autoridades competentes.

Fazer acções de limpeza, como esta que o Ecoclube gurda-rios de Guifões ía levar a cabo ao fim da tarde do dia 18 de Setembro de 2010, pretende tornar o Leça mais limpo, no caso concreto as margens, sensibilizando toda a gente que possa intervir nestas acções, tornando o espaço de actuação mais agradável e fazendo com que aumente a biodiversidade ao longo da sua bacia hidrográfica.

Devemos, pois, proteger os rios, deixando Vida às gerações do futuro!

Como escreveu (já há séculos!) D. Francisco de Sá e Menezes, 1º Conde de Matosinhos:


Ó rio de Leça

Como corres manso,

Se eu tiver descanso

É em ti que começa!


Continua...