quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ao cerrar da noite

Rente às alminhas, sob as oliveiras
Que parece que estão a abençoar,
Avista-se uma casa, entre as primeiras
Atrigueiradas casas do lugar.

Parece ser a avó das companheiras,
Velhinha e humilde…à luz crepuscular,
Sob a ramada, à frente, altas videiras
Espalmam folhas novas pelo ar.

Já voltaram da ceifa. Ao pé da porta,
Os de idade e saber vão lamentando
As nascentes sem água, a vinha morta.

Enquanto, noutra roda, há novidade:
Uma linda velhinha está contando
Contos que fazem cismas e saudade…

Poema de António Correia de Oliveira

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