sexta-feira, 29 de março de 2013

FELIZ PÁSCOA 2013


Para ler e apreciar nesta quadra religiosa como é bela a tradição em Portugal e relembrar usos e costumes das nossas províncias, nas nossas terras.


Que o nosso Papa Francisco (Jorge Maria Bergoglio) siga e conduza o Mundo Cristão nos passos do seu "Mestre e exemplo" S. FRANCISCO DE ASSIS:

«O Senhor concedeu que eu, Irmão Francisco, começasse a converter-me deste modo: quando vivia em pecado, parecia-me coisa demasiado amarga ver os leprosos; mas o próprio Senhor levou-me até eles e voltei-me para eles com Amor. Quando regressava de junto dos leprosos, o que antes me parecia amargo mudou-se-me em doçura de alma e de corpo».

UMA SANTA E FELIZ PÁSCOA PARA TODOS !

segunda-feira, 25 de março de 2013

Já é Primavera!



PRIMAVERA

A Terra é mãe eterna. A fecundá-la
Passam os ventos, passa o sonho e a dor;
Apodrecem os corpos numa vala,
E desfolham-se as folhas duma flor.

P’ra que produza, matam-se a cavá-la
A Primavera, o poeta e o cavador:
Todos com ânsia para profundá-la,
Todos amando-a p’ra que dê Amor!

Mondam-se os trigos sob os claros ares;
Florescem nas ramadas os fecundos
Rebentos; alvorecem os pomares...

E a Terra, grande mãe alvoraçada,
Sente no ventre remexer, profundos,
Frutos de cada beijo, cada enxada.

Poema de Afonso Lopes Vieira
(Poesias Escolhidas)

sexta-feira, 22 de março de 2013

Dia da Floresta - para refletir e pensar no futuro!...






Espero que gostem destes textos "de ontem"... a pensar no amanhã!

quinta-feira, 21 de março de 2013

Todos os dias surge-nos a Poesia!


Se o sofrimento dá mais ser à Poesia, que mais podemos querer, senão chorar?.....

Ao desconcerto do Mundo 

Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.

Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só para mim
Anda o mundo concertado

Luís Vaz de Camões


Vai para um Convento! 

Falhei na Vida. Zut! Ideais caídos!
Torres por terra! As árvores sem ramos!
Ó meus amigos! Todos nós falhamos...
Nada nos resta. Somos uns perdidos.

Choremos, abracemo-nos, unidos!
Que fazer? Porque não nos suicidamos?
Jezus! Jezus! Resignação... Formamos
No mundo, o claustro-pleno dos vencidos.

Troquemos o burel por esta capa!
Ao longe, os sinos místicos da Trappa
Clamam por nós, convidam-nos a entrar...

Vamos semear o pão, podar as uvas,
Pegai na enxada, descalçai as luvas,
Tendes bom corpo, Irmãos! Vamos cavar...

António Nobre (Só) 


Denúncia

Acuso-te, Destino!
A própria abelha às vezes se alimenta
Do mel que fabricou…
E eu leio o que escrevi
Como um notário um testamento alheio.
Esvazio o coração, cuido que me exprimi,
E vou a olhar o poço, e ele continua cheio!

Acuso-te e protesto.
É manifesto
Que existe malvadez ou má vontade!
Com a mais humilíssima humildade,
Requeiro, peço, imploro…
Mas trago às costas esta maldição
De sofrer com razão ou sem razão,
E de não ter alívio nas lágrimas que choro!

Miguel Torga


« Há livros, há poemas, há telas, há partituras, que basta um livro, um poema, uma tela, uma partitura, para que o seu autor transponha as portas da eternidade.
Certo que sempre será uma  eternidade precária, restrita, porque curta é a memória dos Homens e a dita só acontece quando os vivos se lembram dos mortos! »

Palavras de Fernando Pessoa

terça-feira, 19 de março de 2013

domingo, 10 de março de 2013

Tragédias no Inverno – a estação mais implacável !


Este Inverno, quase a chegar ao fim, deixou como tantos outros ao longo dos tempos, marcas implacáveis da força da Natureza e de quem nos guia, traduzidas em tragédias por perdas de vidas e danos materiais.

Exemplos como:

“... naufrágio: Paróquia das Caxinas agradece salvamento de pescadores da embarcação de pesca «Virgem do Sameiro», desaparecidos desde terça-feira, e que foram encontrados com vida.”

“...as buscas para tentar encontrar três pescadores que naufragaram ao largo da ilha de São Jorge, nos Açores, terminaram sem terem sido encontrados os desaparecidos.”

“...um tornado formou-se na Póvoa de Varzim, nas freguesias de A-ver-o-Mar e Amorim. De acordo com relatos no local, o tornado durou poucos minutos, mas foi suficiente para provocar danos em 3 carros, em 22 habitações, nas estufas e ainda causar um ferido...”


Na minha incessante pesquisa poética, encontrei estes casos semelhantes, acontecidos noutros tempos, narrados por sábios mestres da Literatura Portuguesa, como exemplos poéticos que ficaram para sempre.

A VIDA DOS PESCADORES




TORNADO / REMOINHO





LUSITÂNIA - HOMENAGEM de RECONHECIMENTO

Os que avançam de frente para o Mar
E nele enterram como uma aguda faca
A proa negra dos seus barcos
Vivem de pouco pão e de luar.

Sophia de Mello Breyner Andresen (Mar Novo)


Que venha a Primavera com... bonanças!

segunda-feira, 4 de março de 2013

Que se lixe a troika...


Cântico de Humanidade

Hinos aos deuses, não.
Os homens é que merecem
Que se lhes cante a virtude.
Bichos que lavram no chão,
Actuam como parecem,
Sem um disfarce que os mude.

Apenas se os deuses querem
Ser homens, nós os cantemos.
E à soga do mesmo carro,
Com os aguilhões que nos ferem,
Nós também lhes demonstremos
Que são mortais e de barro.

Miguel Torga
" in 'Nihil Sibi"