É tempo de Páscoa, eu sei. Se num patamar Religioso por esta altura nos sentimos mais meditativos e nostálgicos, pela celebração da Morte, Crucificação e Ressurreição de Jesus, é todavia e juntamente com o Natal, das maiores festas da Cristandade onde nos juntamos num seio familiar mais aconchegante e nos lembramos dos Amigos, na verdadeira ascensão da palavra.
Um deles, já de há muitos anos, é meu conterrâneo de S. Mamede de Infesta e nunca me esqueço por esta ocasião de o visitar, desejando-lhe e à família uma FELIZ PÁSCOA.
Como também fui noutros tempos um fervoroso criador de aves, é em casa dele e doutros «Mestres» desta "Arte" que a cada passo mato saudades desta minha antiga paixão: a ORNITOLOGIA.
Hoje, porém, veio à porta receber-me tão cabisbaixo e deixando escorrer aquelas lágrimas sofríveis dum verdadeiro amante da Natureza e apaixonado criador de aves em cativeiro, sofregamente exclamou: «Elísio, roubaram-me tudo! Já não tenho os meus passarinhos!»
Quem me conhece pode imaginar como fiquei e perante aquele triste olhar os meus olhos também humedeceram. Fui ao local e a imagem era deveras chocante. Até os baldes levaram!
Como é possível chegar-se a este ponto em que a ladroagem já não tem mãos a medir e nem sequer as aves escapam?!
Em cerca de dezoito dezenas de aves roubadas, o valor monetário é sempre algum mas, o valor afectivo representado em Amor - sim, Amor! - que estes criadores apaixonados se deixam envolver - como eu sei! - juntamente com o trabalho da manutenção ao longo de horas diárias nos 365 dias do ano, os alimentos, a preparação dos casais e o controle dos ovos, a alegria na nascença dos passarinhos novos ou a tristeza na morte daqueles tão perfeitinhos e prontos para levar à exposição, são imensos factores cheios de emoção e afectividade deveras inestimáveis!
O Jorge vinha nos últimos anos a especializar-se na criação de exóticos e divertia-se todos os dias no seu cantinho, sem chatear ninguém. Nunca imaginou que os ladrões (quem sabe se alguém das redondezas?!) iriam pela calada da noite ao seu recanto singelo onde passa tanto tempo depois de vir do trabalho - o viveiro das aves - e lhe roubassem os seus pequeninos seres tão lindos, pela força da sacanagem desprotegidos, pois nem as duas portas fechadas à chave foram obstáculos a esses bandidos sem escrúpulos.
Prevejo que irás ter uma Páscoa tão triste e não encontro palavras nesta altura que se adaptem à circunstância e que te possam confortar.
Por tudo isto, Jorge, também me sinto triste... por ti!
Desejo-te as MAIORES FELICIDADES!
Aquele Abraço
è verdade,nada escapa aos gatunos.Manela
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