quinta-feira, 23 de junho de 2016

13 quadras ao jeito de pedir ao "S. João"...




Inda que eu fosse uma estrela
Por esse espaço a correr,
Sempre e sempre, anos e anos,
Nunca te havia de ver!

Inda que fosses um astro,
E eu por ti a suspirar,
Sempre e sempre, anos e anos,
Nunca me havias de amar!

Aprendam todos comigo
O que pode acontecer
A quem conta o seu amor
Num cabelo de mulher.



Quantas ondas de água amarga
De tantas que andam no mar,
Quantas ondas são precisas
Para um homem se afogar?

O sol, esse sim, escalda!
A lua não tem calor...
Bem sei que o amor abrasa,
Não é sol o teu amor!

Não morre a ave de fome
No meio da Natureza...
Só nós somos dois mendigos...
Tanta luz e tal pobreza!



Não morre a fera nos bosques,
Não morre a fera, mulher,
Sem ter amado e vivido...
Só eu morro sem te ver!

Dorme tu, que eu velo, amor.
Não sei quem me pôs no leito
Espinhos sob o meu corpo,
Desgostos dentro do peito.

Eu sou pobre como as ervas
Dos montes, por fins de estio...
Como os astros que não páram,
Como as areias do rio.



Da minha herança perdida
Só três jóias me ficaram...
Como o Mundo as não prezasse,
Nunca lá mas cobiçaram.

A primeira era a Esperança,
Era a segunda a Alegria...
A terceira a Liberdade,
Nem ao rei a venderia!

As duas jóias primeiras
Tu mas quiseste roubar...
Deixa-me a outra que eu possa
Em Liberdade... chorar!

Mas o certo, é que no Mundo
Não tenho já para onde ir...
Por causa dos olhos dela
Que me souberam mentir!



Recolha Literária: «Primaveras Românticas» 


Olha:

Escrever quadras
E sonhar
Com as estrêlas
Eu sei, e tu sabes
Que é uma ilusão!...

Mas a Ti

O que te custa ler?
Se das quadras
- Mesmo a sonhar -
Tirares um conclusão?!




Aquele Abraço


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