domingo, 28 de agosto de 2016

A POLÍTICA ROUBA SEMPRE… UM ESPACINHO NA ALMA ! (1)

... e faz-nos remexer páginas, em busca dos analistas de pensamentos doutrora!

Recortes à margem de «O ESPÓLIO DE FRADIQUE»

Ele (Eça de Queiroz) pensava assim:

(…) É interessante notar que em Portugal foi uma ditadura, uma ditadura com “sabre e pensamento” que em 28 de Maio de 1926, arrancou o poder das mãos de um partido que em regime constitucional o exercia tiranicamente. Eça confundiu os termos mas o seu pensamento ressalta claro e a sua solução simplista foi aquela a que tantas vezes Portugal tem recorrido para se ver livre das tiranias partidárias, até que um dia encontre uma organização política, assente na tradição nacional que Eça venerava e estimava, livre de Alemanha e França, da democracia que Eça criticou e a que atribuiu todos aqueles defeitos de uma sociedade falsa e podre de que se enjoou, e que consequentemente, soube escalpelizar.



A «VERBORREIA»

Para isso, chamo a vossa atenção para aquele “orgulho consciente” com que Eça de Queiroz se vangloria de ter descoberto uma expressão bem própria para designar a eloquência estéril e copiosa do então parlamento. Na célebre carta (28) dirigida a Oliveira Martins, dizia:
«A respeito de política, chamo a tua atenção para a nova palavra “verborreia” com que no artigo classifico a nossa eloquência “S. Bental”. »
A Oliveira Martins esse termo tão feliz e apto não passou despercebido, como demonstra o artigo deste publicado em 21 de Março de 1888 no “Reporter” para que me permito remeter o leitor na impossibilidade de o transcrever todo. Contudo, de algumas passagens dou mostra por nelas encontrar o melhor fecho para estas despretensiosas linhas:

«Uma das doenças filhas do parlamentarismo é a que o nosso querido Eça de Queiroz ainda ontem chamou aqui de “verborreia”. A “verborreia” não tem nada que ver com eloquência; está para ela como na fábula, a rã quando inchava a imitar o boi. E o pior, é que não estoira! A “verborreia” é a arte de falar indefinidamente sem dizer nada, ou dizendo apenas sensaborias…
Desde que o palavreado é a mola principal do sistema, a “verborreia” é a maior das forças: falou três horas, falou três dias, é um homem!»

E diz-se que foi assim que alcançou a celebridade de “homem máximo”, o sr. João Camoezas. Foi por um intenso ataque de “verborreia”!



Como raciocínio pessoal, a primeira vez que me interessei verdadeiramente por entender algo sobre política, por quem lá estava a gerir o nosso país, por quanto ou há quanto tempo, dei logo com a então afamada "frase do século" XIX: «Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente e pela mesma razão!» Mas, esta da "verborreia" confesso que o termo era até há bem pouco tempo para mim desconhecido.

E “eles” lá andam!... dizia-me alguém.

O (sr. Pacheco – nome fitício) é um deputado recentemente eleito. Tem um filho muito esperto e que se quer instruir mais, saber tudo. Há dias, perguntava ele ao pai:
- Ó Papá, o que é a lei da gravitação?
- Sei lá, meu filho! – respondeu o (sr. Pacheco - nome fitício).
- Esta criança pensa que tenho tempo para ler todas as leis que se votam no parlamento!


Foram padres... analistas políticos ou... sábios?!




Para breve há mais.
Aquele Abraço 



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