Água. Profundamente: - a água estancada no ar!
Uma estrela materna.
E estou aqui devorado pelo meu soluço, leve da minha cara.
O copo feito de estrela. A água com tanta força no copo.
Tenho as unhas negras. Agarro nesse copo, bebo por essa estrela.
Sou inocente, vago, fremente, potente, tumefacto.
A iluminação que a água parada faz de mim das mãos à boca.
Entro nos sítios amplos.
- O poder de reluzir em mim um alimento ignoto;
a cara se a roça a mão sombria, acima da camisa inchada pelo sangue,
abaixo do cabelo enxuto à lua.
Engoli água.
A mãe e a criança demoníaca
estavam sentadas na pedra vermelha.
Engoli água profunda!
Poema de Herberto Hélder
Coudelaria de Alter - Alter do Chão.
Há 7 anos
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