Amor
Em doirada manhã para sempre relembrada,
E em virgem descampado, um rútilo guerreiro,
Olhos postos nos meus, traçou igneo roteiro
E desenha um coração com a flamejante espada...
"Vai em busca do Amor, exclamou. - Escolhe a estrada,
Dá-lhe batalha e vence o terrível fronteiro".
Eu era ingénuo e moço, era forte e fragueiro,
Quando parti, feliz, nas névoas da alvorada...
No ardor de pelejar, meses e anos, fremente,
A terra percorri... ao cabo, ingloriamente,
Regressei, do combate, esfarrapado e em áis...
Um "anjo" vi, por fim, sobre a cruz dos caminhos.
Trago rosas nas mãos e os pés cheios de espinhos;
E peço-te, ó Amor, que não me fujas mais!
António Carneiro
Aquele Abraço
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