VER CLARO
Toda a poesia é luminosa, até
a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol, nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar
outra e outra vez
e outra vez
a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade.
Abençoado seja se lá chegar.
Poema de Eugénio de Andrade (Os sulcos da sede)
Eugénio de Andrade nunca quis protagonismo e viveu sempre extremamente distanciado do que se chama vida social, literária ou mundana, avesso à comunicação social, arredado de encontros, colóquios, congressos, etc. e as suas raras aparições em público devem-se a essa "debilidade do coração, chamada... amizade!"
A 13 de Junho de 2005 deixou esta terra este grande Homem e poeta!
Aquele Abraço
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