É bem feliz, por certo, o que sómente
Ao rústico lavor acostumado
Conduzir sabe os bois, reger o arado
E dar à terra a próvida semente.
A arte de a lavrar sempre inocente
Estuda só, e ignora afortunado
As novas leis, as máximas do Estado,
E os documentos de enganar a gente.
Projetos vãos não forma, e sempre isento
Da soberba ambição, nunca a Lisboa
Foi dobrar o joelho ao valimento.
Cabana humilde, onde nasceu povoa;
E seguro no próprio abatimento,
Só tem medo do Céu, quando trovoa!
Poema de Paulino António Cabral (Abade de Jazente)
Sem comentários:
Enviar um comentário